Crítica - A Fuga das Galinhas: A Guerra dos Nuggets - Engenharia do Cinema

publicado em:19/12/23 10:00 AM por: Gabriel Fernandes CríticasFilmesNetflixTexto

Lançado em 2000, “A Fuga das Galinhas” foi se tornou uma das maiores e mais divertidas animações da história do cinema. Custou US$ 45 milhões para a Dreamworks e sua produtora Aardman Animations (sua divisão responsável pelos filmes em stop-motion, que as famosas “massinhas de modelar”), rendeu US$ 224.87 mundialmente. Desde então, muito se falou de uma continuação do filme e nada conseguia sair do papel.

Então, devido a uma recente parceria entre a Netflix e a própria Aardman, o projeto finalmente saiu do papel e sem muito alarde a plataforma lançou na última semana “A Fuga das Galinhas: A Guerra dos Nuggets”. Com roteiro de Karey Kirkpatrick, John O’Farrell e Rachel Tunnard (que também escreveram o original), parece que o trio não estava em seus melhores dias, pois não temos um enredo tão marcante quanto o original.

Imagem: Netflix (Divulgação)

Após terem conseguido fugir do galinheiro da Srta. Tweedy, Ginger e Rocky agora tem uma filha chamada Molly, e vivem uma vida tranquila com as outras galinhas em um vilarejo. Porém, quando ela resolve fugir do local para explorar o mundo, acaba indo parar em uma fábrica de Nuggets. Então Ginger, Rocky e as outras galinhas começam uma missão para resgatarem Molly.

Imagem: Netflix (Divulgação)

Desde o primeiro minuto fica perceptível que nos últimos 22 anos, a qualidade melhorou bastante em torno da animação da Aardman, pois há uma mescla de CGI e stop-motion que deixam o visual mais belo do desenho (inclusive o colorido transparece muito bem a sensação de tranquilidade dos personagens). Porém, quando vamos para o roteiro é nítido que foram recicladas situações que já funcionaram no original e em outras animações da própria Dreamworks. Faltou uma vida e uma imagem que justificasse esta continuação (como vimos em “Shrek 2”).

Uma prova disso, é que antes tínhamos um desenvolvimento melhor para personagens como Rocky (antes dublado por Mel Gibson e agora por Zachary Levi, no original), e ele se mostrava como um complemento para Ginger. Nesta continuação, ele se resume a um completo inútil e bobão, onde nitidamente não fazia diferença estar presente (algo que vem ocorrendo em 80% de Hollywood). O mesmo pode-se dizer que Molly, que embora convença como uma criança, faltou uma personalidade original para ela e que fosse “protagonista de um filme de animação”.

Porém, não digo que estes fatores façam o longa ser horroroso, muito pelo contrário, ele entretém e diverte dentro do possível, pois por mais que seja clichê, a narrativa consegue prender nossa atenção por se tratar de personagens que já conhecemos há alguns anos (e muitos de nós estávamos esperando sua continuação).

A Fuga das Galinhas: A Guerra dos Nuggets” é uma continuação operante, que apenas entretém durante sua breve metragem, mas acaba sendo esquecível algumas horas depois de termos conferida na própria Netflix.



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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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