Crítica - Os Três Mosqueteiros: Milady - Engenharia do Cinema

publicado em:29/12/23 4:12 PM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

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Dividido em duas partes, a adaptação da obra literária do livro de Alexandre Dumas, “Os Três Mosqueteiros” foi concebida como uma digna carta de amor da França para uma das suas maiores histórias. Com 150 dias de gravações, que foram entre 16 de agosto de 2021 até 03 de junho de 2022, o longa acabou sendo dividido em duas partes.

A primeira rotulada como “Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan”, foi lançada em abril deste ano e tinha como foco não só o personagem do título (que é interpretado por François Civil), como o desenvolvimento do trio composto por Athos (Vincent Cassel), Aramis (Romain Duris) e Porthos (Pio Marmaï). Em um cenário caótico na França, eles ainda têm de lidar com as atitudes da misteriosa Milady (Eva Green).

Imagem: Paris Filmes (Divulgação)

Esta segunda parte, rotulada como “Os Três Mosqueteiros: Milady”, se inicia no ponto onde o antecessor parou, com a própria Milady começando a revelar suas verdadeiras intenções e ligações com os próprios Mosqueteiros. Ao mesmo tempo que D’Artagnan segue na busca de Constance (Lyna Khoudri), que havia sido sequestrada.

Imagem: Paris Filmes (Divulgação)

Chega a ser engraçado que o diretor Martin Bourboulon demonstrou uma pequena queda no resultado final desta segunda parte, se comparando com a primeira, em vários sentidos. A começar que as cenas de ação não são bem conduzidas, uma vez que os enquadramentos e balanço constante representa que não houve um treinamento plausível do elenco e tudo foi feito com base no “improviso”.

Um claro exemplo, são as cenas de ação exercidas por Eva Green (que já mostrou porte físico para estes tipos de cenas) terem uma ótima ideia no roteiro escrito por Matthieu Delaporte e Alexandre de La Patellière, mas que quando executadas por Bourboulon, ficam partindo para o amadorismo.

Embora o arco dramático que decaí sobre ela, neste capítulo, seja maior e mais impactante, uma vez que ela casou com o estilo femme fatale de Milady (já que sabemos que ela poderá trair qualquer personagem, em suas aparições).

Mas como haviam algumas pontas soltas deixadas no desfecho do capítulo anterior, parece que Bourboulon resolveu focar em outras subtramas e desenvolver algumas novas, antes de partir para o que o público estava aguardando: D’Artagnan procurando Constance. E isso é prejudicial, pois havia mais portas para serem fechadas, pelas quais o próprio espectador estava curioso pelo desfecho (principalmente o mencionado).

Embora estes quesitos acabem prejudicando um pouco a narrativa, o figurino e design de produção que foram apresentados, são um deleite e mostram que realmente houve uma preocupação para a retratação histórica mostrada em cena.

Os Três Mosqueteiros: Milady” parece ter perdido completamente a mão, de um filme que tinha tudo para ser uma verdadeira aula de como se adapta uma obra literária importante para uma nação.



A última modificação foi feita em:fevereiro 2nd, 2024 as 15:39


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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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