Responsável por ótimas produções cômicas como a minissérie “Na Mira do Júri” e o longa “Bons Meninos”, o roteirista e produtor Lee Eisenberg é um nome que devemos gravar na mente. Depois de acertar na maioria dos seus projetos, ele vai para um caminho bem oposto da sua zona de conforto.

Tratando-se de uma minissérie dramática, “Uma Questão de Química” é inspirado no livro de Bonnie Garmus de mesmo nome. Estrelada por Brie Larson (cuja personalidade dela, casou perfeitamente com esta personagem), temos mais um programa cuja temática pode ser inserida em quaisquer épocas.

Imagem: Apple TV+ (Divulgação)

Dividida em oito episódios, a atração gira em torno da cientista Elizabeth Zott (Larson), que é totalmente focada em sua vida profissional. Após algumas polêmicas e decisões radicais em sua vida, ela acaba assumindo o controle de um dos maiores programas de culinária dos EUA.

Imagem: Apple TV+ (Divulgação)

Um dos fatores que conseguem prender a atenção do espectador durante o andar dos capítulos, é ele não entregar tudo de imediato, e sempre apelar para o imprevisível. Por intermédio de uma ótima atuação de Larson (inclusive, ela merece as indicações que vem levando), conseguimos nos cativar por Elizabeth, simplesmente por ela ser humana. Apesar da sua personalidade mesclar Carol Denvers com Sheldon Cooper.

Em menção honrosa, mesmo aparecendo relativamente pouco, o ator Lewis Pullman (filho de Bill Pullman e que já participou de “Top Gun Maverick”) finalmente pode mostrar seu talento dramático e fez honrar o título desta minissérie, em seu entrosamento com Larson (algo que é bem difícil, se tratando dela).

Em meio a um cenário onde o machismo, misoginia e de racismo que reinava nos EUA, durante os anos 50 e 60, embora estamos falando de personagens fictícios, o contexto apresentado no seriado é real. Sem entrar no mérito de spoilers, há várias situações delicadas mostradas dentro da atração, e ciente da gravidade do assunto, eles são bem explorados e debatidos.

“Uma Questão de Química” foi uma grata surpresa da Apple TV+, pela qual comprova o fator da plataforma priorizar a qualidade de suas obras, ao invés da quantidade.