Crítica | Eles são 'Rejeitados', mas o filme em si, não deve ser - Engenharia do Cinema

publicado em:5/03/24 10:52 AM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

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O cineasta Alexander Payne já se consolidou por explorar os limites do ser humano, em várias situações chaves da vida. “Sidways” foi na amizade; “Os Descendentes” no luto (trabalhos que já lhe renderam o Oscar de roteiro original) e agora em “Os Rejeitados” ele coloca o seu cenário em plena época de festividades. Indo na contramão das habituais obras natalinas, o enredo explora o psicológico de seus protagonistas, nas situações mais rotineiras naquele cenário.

O resultado foram atuações excelentes de Paul Giamatti (ainda há chances que ele leve o Oscar de ator), Da’Vine Joy Randolph (pela qual provavelmente já venceu o Oscar de atriz coadjuvante) e Dominic Sessa (que irá crescer bastante em sua carreira, depois deste papel).

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

A história se passa no começo dos anos 70, onde durante as festividades de fim de ano o professor de história Paul Hunham (Giamatti) acaba sendo encarregado de passar o período em sua escola, junto com os alunos que não ficarão com suas famílias durante o recesso. Mas após vários deles irem acompanhar um deles em uma viagem, ele acaba ficando apenas com o revoltado Angus (Sessa), a copeira Mary (Randolph) e o faxineiro Danny (Naheem Garcia).

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

Nos primeiros minutos, Payne coloca Giamatti (em um dos melhores papéis na carreira, repetindo sua parceria com Payne após “Sidways”) para interpretar o típico professor turrão que cobra os alunos pelos mínimos detalhes (alterando seu humor da água para o vinho), deixando de ser querido por muitos por conta disso.

Mas diante de uma situação caótica e delicada, ele se mostra como amigo e companheiro dos próprios alunos. Por conta da semelhança a profissionais da área que já conhecemos em nossa vida acadêmica (seja universitária ou em colegial), Paul acaba sendo compreendido e ganha apreço do espectador.

Enquanto para nós, Sessa acaba sendo uma mera personificação (embora ele tome algumas decisões radicais e nada ortodoxas, em alguns momentos). Em meio a este cenário, Mary acaba não apenas sendo um respiro mais dramático, como a personificação do luto. Embora seja uma atuação ótima, não é digna de Oscar (que ela vai ganhar mais pelo excelente trabalho de campanha).

Com relação ao contexto geral do enredo, Payne bebe muito do fator de estabelecer um contexto do filme como se ele estivesse se passando nos anos 70. Seja na fotografia de Eigil Bryld, nas personalidades caricatas em um primeiro momento e o acompanhamento na trilha sonora de Mark Orton.

“Os Rejeitados” é uma obra ácida, reflexiva e que em tempos onde poucas obras exploram a relação com alunos/professores, deve ser conferida independentemente de ter sido indicado ao Oscar.



A última modificação foi feita em:abril 4th, 2024 as 09:12


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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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