Crítica | 'Donzela' é mais um erro grotesco da Netflix - Engenharia do Cinema

publicado em:8/03/24 12:06 AM por: Gabriel Fernandes CríticasFilmesNetflixTexto

Revelada por intermédio da série “Stranger Things”, da própria Netflix, a atriz Millie Bobby Brown aos poucos tem começado a encabeçar projetos cinematográficos do serviço. Depois dos divertidos “Enola Holmes”, “Donzela” bebe da nova geração de títulos woke, pelos quais nos colocam dentro do cenário da “Princesa durona com o Príncipe banana”, com ela sempre como a vítima durona. Mesclando o que há de melhor em “House of The Dragon” e “Frozen”, este longa de Juan Carlos Fresnadillo (“Extermínio 2”) se assemelha à escrita de uma adolescente de dez anos.   

Imagem: Netflix (Divulgação)

Após seu Pai (Ray Winstone) lhe forçar a se casar com o Príncipe Henry (Nick Robinson), a Princesa Elodie (Brown) descobre que o verdadeiro intuito da Rainha Isabelle (Robin Wright) era lhe colocar para ser devastada por um dragão feroz. Sem outra escolha, ela se vê em duas opções: fugir ou enfrentar a criatura.

Imagem: Netflix (Divulgação)

“Em contos de fadas, o príncipe sempre defende a princesa. Aqui a história é diferente”. Apenas nesta fala de abertura, já sentimos que o roteiro de Dan Mazeau (“Velozes e Furiosos 10”) será totalmente beirando a forçação de barra. Resumindo suas habilidades de durona, apenas com o cortar de uma lenha, Elodie literalmente vira uma “Ramba” quando passa a viver no cenário do Dragão.

Isso quando ela não se machuca gravemente, e tudo é resumido em um grito de dois segundos de Brown (que está péssima e nitidamente forçada neste papel), com o intuito de representar que ela é a grande durona da situação. Por intermédio disso, o espectador não cria proximidade nenhuma com a personagem, pois não somos convencidos por absolutamente nada. Saudades de bons protagonistas como Furiosa e Ripley.

Com relação ao restante do enredo, tudo é muito jogado para o espectador (a decisão dela ser forçada a se casar com Henry, dura menos de 5 minutos) e embora tentem explicar algumas motivações da maldade do Dragão, isso é deixado de lado (afinal, é mais interessante ter uma protagonista mal escrita detonando uma personagem frágil, em meia dúzia de golpes certeiros). 

Embora o visual do Dragão em si, esteja realmente bem realizado e convincente, existem dois breves momentos de tensão que embora funcionem brevemente, o fator clichê prejudica um pouquinho sua conclusão (uma vez que o próprio roteiro havia estabelecido a possibilidade do desfecho ter sido diferente).

“Donzela” é mais uma tentativa frustrada em tentar realizar um filme de ação adolescente nas coxas, pelo qual o próprio espectador já está ficando cansado de assistir.



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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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