Crítica | 'O Menino e a Garça' é um Miyazaki fora de forma, mas premiado por conta dos descuidos da Disney - Engenharia do Cinema
Depois de vencer o Oscar por “A Viagem de Chihiro”, em 2003, o Studio Ghibi passou a chamar atenção do mundo. A cada nova obra do cineasta Hayao Miyazaki (um dos seus fundadores), sempre houve um enaltecimento de sua legião de fãs, mas por conta da alta qualidade e grande campanha da Disney nos últimos anos, nunca conseguiu ganhar o seu segundo Oscar. Em 2024, com a crescente queda da Casa do Mickey, “O Menino e a Garça” foi responsável por fazer este feito. Embora seja uma das mais fracas animações do veterano.
Imagem: Sato Company (Divulgação)
Após o falecimento de sua mãe, o jovem Mahito é mandado por seu Pai para morar em um local distante com sua madrasta. Com uma rotina diferente na nova cidade, ele acaba esbarrando com uma misteriosa Garça falante, que fala sobre sua mãe ainda estar viva. Ao seguir a ave, ele acaba esbarrando em uma misteriosa torre que o leva para um universo paralelo.
Imagem: Sato Company (Divulgação)
Para estabelecer um cenário diversificado e belo, o cineasta Hayao Miyazaki já deixa isso claro desde o princípio. Transparecendo um dos principais medos dos japoneses (que são os horrores vividos na época da Segunda Guerra Mundial), ele coloca na personificação de Mahito qualquer criança que perdeu um ente querido naquele contexto. Usufruindo do fator ficcional, que é a presença da Garça, ele explora como o imaginário infantil trabalhava a superação do luto, em meio a uma série de conflitos.
Mas infelizmente, o ritmo da narrativa de Miyazaki é o grande ponto negativo desta produção. Escolhendo uma pegada mais lenta e beirando a uma repetição constante dos fatos, mesclada com uma filosofia óbvia, parece que estamos falando do primo pobre de “A Viagem de Chihiro”.
Enquanto naquele tinha uma verdadeira jornada de amadurecimento, em um cenário onde torcíamos por ela conseguir salvar/reencontrar seus pais, Mahito parece ser seu primo distante e banana. Não existe um tratamento mais profundo, para estabelecer uma ligação do espectador com ele, que não fosse uma reflexão do óbvio. Já a Garça, embora seja o grande antagonista da trama, não é um personagem tão audacioso quanto os outros já desenvolvidos na filmografia do japonês.
“O Menino e a Garça” é um dos mais fracos trabalhos de Miyazaki, pelo qual só foi idealizado por conta da insistência de executivos e fãs do Studio Ghibi.
NÃO ACREDITO QUE CRITICOU MEU HIDEAKI ANOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
(ainda não vi o filme)