Crítica | Segunda parte de 'Rebel Moon' continua como uma prévia para o Snydercut - Engenharia do Cinema
Já se tornou piada o fato de estas duas primeiras partes de “Rebel Moon” terem suas respectivas versões do próprio Zack Snyder programadas para serem lançadas ainda neste ano, ou seja, o que foi apresentado até agora é nada mais que um “resumo” do material oficial.
Além de ser totalmente apressado, em “Rebel Moon – Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes” fica cada vez mais clara a falta de profundidade em sua narrativa e abordagem, por conta do fator Snydercut (como são batizadas as versões estendidas de Zack Snyder).
Imagem: Netflix (Divulgação)
A história começa no ponto onde a primeira parte parou, com o Almirante Noble (Ed Skrein) sendo renascido e Kora (Sofia Boutella) se preparando com sua equipe, para poderem enfrentar uma possível nova ameaça.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Snyder já comprovou que sabe como conduzir cenas de ação em narrativas desenfreadas, tanto que ele sabe trabalhar muito bem o design de produção e CGI (uma vez que 80% do universo aqui, depende deste recurso para funcionar).
Agora aqui, infelizmente parece que ele estava mais interessado em colocar slow-motion para uma cena onde estão alimentando o gado com pasto, ao invés de trabalhar melhor seus personagens e fazer com que importamos com eles nas batalhas.
Apesar de Kora ter um ótimo semblante para ser uma protagonista (inclusive, Boutella nitidamente está à vontade), a trama se preocupa em inserir outros coadjuvantes totalmente jogados. Quando nós somos apresentados à batalha final, sentimos que faltou um tratamento na relação entre o espectador/trama, para nos importarmos com os personagens envolvidos.
Uma prova disso, é que existem duas situações dramáticas que ocorrem e não passam nenhuma emoção, pois os envolvidos nestas sequer tiveram uma narrativa plausível anteriormente (para efeito de comparação, isso ocorre nas duas partes de “Duna” e funciona).
“Rebel Moon – Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes” poderia ter sido um dos maiores filmes de ação na história da Netflix, mas por conta do péssimo planejamento em entregar esta franquia de uma forma “resumida”, a oportunidade foi jogada no lixo.