Crítica | 'Garfield - Fora de Casa' é 'Oddy' ao legado do personagem - Engenharia do Cinema
Desde os anos 90, Hollywood tenta realizar um longa-metragem de animação para os cinemas com Garfield. Como os planos iniciais não funcionaram (porque ele estava sendo visto como algo bastante dark para a época), a Fox realizou os dois filmes em live-action em 2004 e 2006 (cujo último custou US$ 60 milhões e rendeu US$ 120 milhões mundialmente, ou seja, apenas se pagou).
Com uma recente avalanche de animações sucedidas de franquias populares como “Snoopy” e “Os Smurfs”, a Sony Pictures resolveu realizar este “Garfield – Fora de Casa”. Dirigido por Mark Dindal (“A Nova Onda do Imperador”), o longa não apenas entrega o que os fãs do gato que ama lasanha queriam ver, como abre um leque para a nova geração conhecê-lo, sem mudar sua essência.
Imagem: Sony Pictures (Divulgação)
Após ser sequestrado com o cão Oddy, Garfield tem um reencontro inusitado com seu Pai e descobre que deverá fazer um roubo mirabolante, para conseguir voltar para casa e ter a liberdade do seu patriarca, que carrega uma dívida com a gata Jinx.
Imagem: Sony Pictures (Divulgação)
O roteiro do trio Paul A. Kaplan, Mark Torgove e David Reynolds (responsáveis pelos textos de animações da Disney como “Atlantis” e “Mulan”) opta por desenvolver duas atmosferas durante sua narrativa, onde enquanto uma procura conquistar o público infantil, a outra opta por alegrar os adultos e fãs do personagem.
Um mero exemplo disso, é em uma cena onde Garfield está fazendo malabarismos contra os capangas da vilã, em meio a uma sutil referência a “Top Gun Maverick” (com direito ao tema do longa sendo tocada de fundo).
Felizmente não é apenas neste fator que a obra sobrevive. Desde os primeiros cinco minutos, o espectador já cria um laço de intimidade com Garfield, por conta da inserção da famosa cena onde ele encontra John pela primeira vez no restaurante (e que foi usada como divulgação da obra, de forma massiva).
O mesmo pode-se dizer de seu Pai, Vic, cuja inserção poderia ter dado errado por completo (como em outras animações que apelam para este recurso). Mas, devido ao seu tratamento, é criado uma humanidade na relação entre ele e Garfield, pela qual pode até emocionar os espectadores mais sensíveis.
“Garfield – Fora de Casa” é uma produção digna do personagem amante de lasanha e televisão, e possivelmente veremos uma merecida franquia do próprio nos próximos anos.