Crítica | 'O Dublê' é uma ótima carta de amor a categoria - Engenharia do Cinema

publicado em:5/05/24 1:17 PM por: Gabriel Fernandes CríticasNos CinemasTexto

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O cineasta David Leitch trabalhou durante um bom tempo como dublê para astros como Brad Pitt e Keanu Reeves. Depois de começar a assinar a direção de projetos como “Atômica” e “Trem-Bala”, ele passou a ser visto com outros olhos (uma vez que vem entregando ótimas cenas de ação). Então, nada mais justo que ele para dirigir a adaptação do seriado dos anos 80, “Duro na Queda”, rotulado aqui no Brasil como “O Dublê”.

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

Após sofrer um acidente nas gravações de um longa, o dublê Colt Seavers (Ryan Gosling) vive na solidão e longe dos sets. Depois do astro para quem ele trabalhava constantemente, Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson), desaparecer, ele é escalado para tentar encontrá-lo e tentar o salvar a tempo para a conclusão das gravações do longa de sua ex-namorada, a ex-operadora de câmera e que agora é diretora, Jody Moreno (Emily Blunt). 

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

Em seu prólogo, Leitch faz um breve recorte com as últimas e melhores cenas de ação práticas de longas da Universal Pictures (como “Velozes e Furiosos”, “Atômica” e “Jason Bourne”), com uma narração em off do próprio Gosling enfatizando o quão a classe é importante, mas desde sempre é “invisível” na indústria. Com esta sutil crítica, já sentimos que trata-se de uma carta de amor do cineasta, pela categoria que trabalhou durante anos.

Embora estejamos falando de uma adaptação de um seriado oitentista, o diretor já havia deixado claro que o roteiro de Drew Pearce (que já trabalhou com ele em “Trem-Bala”), iria conter experiências pessoais dele nesta carreira e isso favoreceu ao estabelecer uma ligação direta do público com a trama.

Como Gosling é um ator bastante versátil (e em breve vai conseguir seu primeiro Oscar), em poucos minutos compramos seu personagem por causa não apenas deste tratamento, mas sua atuação bastante divertida (que também rende boas risadas, mas totalmente fora do padrão Ken) e sua divertida química com Emily Blunt (que está totalmente à vontade). 

Em contraponto, temos Aaron Taylor-Johnson e Hannah Waddingham (intérprete da assessora Gail Meyer), representando o ego e tudo que a indústria do cinema está diante e por trás das câmeras.

Ao colocá-los em cenas de ação, Leitch vai mais além dos simples saltos e carros explodindo, pois seguindo o padrão de seus outros projetos, ele não repete o mesmo modelo. Existem cenas envolvendo tiros, lutas e até mesmo perseguição com caminhões de cata-treco, cujas técnicas são diferentes em suas execuções. Tudo isso, é claro, envolvendo a magia das técnicas de cinema.

“O Dublê” termina como uma divertida produção de ação, com toques de comédia, que vale o ingresso para ser conferido nas telonas.



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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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