Crítica | Jerry Seinfeld batalha contra o humor em 'A Batalha do Biscoito Pop-Tart' - Engenharia do Cinema
O comediante Jerry Seinfeld é um dos maiores nomes do gênero nos EUA, isso é um fato. Depois do sucesso de sua série ” Seinfeld” (que também trouxe ao mundo o que é o stand-up comedy), ele passou a se envolver em projetos relativamente pequenos. 17 anos depois de ter lançado seu último filme, a animação “Bee Movie – A História de Uma Abelha”, este “A Batalha do Biscoito Pop-Tart” é seu retorno triunfal ao universo do cinema.
Assinando a direção, produção, roteiro e protagonizando, era esperado que veríamos algo relativamente engraçado e reflexivo (já que estamos falando de uma história real), mas infelizmente não é isso que acontece.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Em 1963, as empresas de cereais Kellogg’s e Post lutam para ver quais conseguirão desenvolver um produto revolucionário e que irá alavancar as vendas nos EUA. Neste cenário, o empresário Bob Cabana (Seinfeld) começa uma grande pesquisa e junção de profissionais que podem fazer esta ideia surgir.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Exercendo como plano de fundo a corrida espacial que ocorria ao mesmo tempo, entre os EUA e União Soviética, o roteiro de Seinfeld com Spike Feresten, Andy Robin e Barry Marder opta por uma espécie de humor pastelão com cartunesco, para brincar com o que realmente estava acontecendo neste cenário, mas no mundo alimentício
Entrelaçado com o grande ideal do “Sonho Americano” (cuja temática estava em alta naquela época), a ideia de mostrar que a indústria estadunidense vê isso como um lixo, funciona de forma sutil, ao colocar Bob vivendo uma vida pacata com sua esposa e depois colocá-lo conversando com duas crianças que literalmente acham ótimo comer comida em uma lixeira.
Se apoderando de um elenco de peso com nomes como Hugh Grant (que rouba a cena, vivendo mais uma sátira dele próprio), Jim Gaffigan, Christian Slater, Patrick Warburton, Amy Schumer, Melissa McCarthy, James Marsden e muitos outros, era de se esperar que fosse uma comédia como os dois filmes de “O Âncora” (que possuía o mesmo estilo e era hilário). Só que não é nada disso que acontece.
Infelizmente, parece que Seinfeld estava não apenas com receio de exercer piadas tão ácidas como no seu tempo de ouro na televisão (o que justifica suas falas recentes sobre o politicamente correto ter acabado com a liberdade na comédia), como faltava um tempero maior no humor desta produção, uma vez que ele tenta tirar graça de um ravioli que ganha vida (não estou brincando).
“A Batalha do Biscoito Pop-Tart” poderia ter sido um drama, ao invés de comédia, pois poderia ter dado certo se o estilo não beira-se a um humor forçado e banal.