Crítica | 'Assassino Por Acaso' foge do clichê e abre alas para o talento de Glen Powell - Engenharia do Cinema

publicado em:20/06/24 3:32 PM por: Gabriel Fernandes CríticasNos CinemasTexto

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Ao se deparar com o nome Glen Powell, devemos passar a ter uma atenção redobrada. Após ter estrelado neste ano o divertido “Todos Menos Você”, em “Assassino Por Acaso”, além de fazer sua estreia como roteirista, junto ao cineasta Richard Linklater (que também assina a direção), nos entregam uma divertida comédia romântica com toques de suspense. 

Depois de ter feito sucesso nos Festivais de Toronto e Veneza, durante 2023, a produção chegou apenas agora aos cinemas, pois só recentemente teve seus direitos adquiridos pela Netflix nos EUA e Diamond Films em vários territórios do mundo (inclusive no Brasil).

Baseado em fatos reais, a história é focada no professor universitário Gary Johnson (Powell) que para conseguir uma grana extra, auxilia a polícia a conseguir prender em flagrante acusados de contratarem os serviços de um assassino de aluguel, por meio de falsas identidades. Durante uma de suas ações ele acaba conhecendo a misteriosa Madison (Adria Arjona), por quem começa a ter um relacionamento que pode deixar sua carreira em xeque.

Imagem: Diamond Films (Divulgação)

Por intermédio de uma narração em off do próprio Powell, nos minutos iniciais percebemos o quão o ator não apenas estava à vontade no papel, como possuía uma tremenda facilidade na transição de personalidades caricatas, do nerd, ao galã, mudando para o gangster e indo até o psicopata.

Após estarmos dentro de sua rotina, o roteiro insere Madison de uma forma homeopática, natural e sucinta, que transborda a todo o momento a enorme química entre ela e Gary. Inclusive, não duvido que veremos Powell e Arjona em outra produção nos próximos anos. Nitidamente foi um texto pensado no entrosamento entre eles.

Nesta mesma cena, vemos a marca do diretor Richard Linklater entrar em ação. Com câmeras captando vários tipos de enquadramentos diferentes, que vão de planos que remetem a captação de imagens de segurança, objetos que os entrelaçam (como a comida que havia na mesa, que se torna uma mera coadjuvante), olhares e gestos. Por conta disso, acabamos inseridos na intimidade deles.

Obviamente, por se tratar de uma obra do cineasta que nos trouxe filmes como “Escola do Rock”, não poderiam faltar citações sutis a produções clássicas como “Disque M Para Matar”, “Assassino a Preço Fixo”, “Alma Torturada” e muitos outros filmes cuja temática envolva assassino de aluguel. Sempre acompanhada com uma pitada ácida de humor negro.

Embora o escopo seja este, o diferencial aqui em relação às outras comédias românticas (que cada vez mais são jogadas direto em plataformas de streaming), é ele não apelar para fórmulas clichês e habituais. Os últimos 30 minutos, por exemplo, não usufruem da habitual zona de conforto.

“Assassino Por Acaso” termina como mais uma grata surpresa do gênero, e cada vez mais Glen Powell se mostra como sinônimo de qualidade.



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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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