Crítica | 'O Rito da Dança' é mais um Oscar bait esquecível - Engenharia do Cinema
Durante os intervalos das gravações de “Assassinos da Lua das Flores”, a atriz Lily Gladstone estava realizando uma outra produção dramática, com o nítido intuito de falar que ela realmente era uma ótima na função (e que merece seu Oscar). Lançado durante o Festival de Sundance 2023, “O Rito da Dança” foi adquirido pela Apple TV+ e lançado na sua plataforma em junho deste ano.
Após o desaparecimento de sua irmã, e perder a guarda de sua sobrinha Roki (Isabel Deroy-Olson) para os avós, a traficante Jax (Gladstone) resolve fugir com ela para o concurso de dança powwow, com o intuito de estreitar o laço familiar.
Imagem: Apple TV+ (Divulgação)
O roteiro de Erica Tremblay (que também assina a direção) e Miciana Alise opta por uma narrativa operante e bastante previsível, onde nós sabemos o possível desfecho desde o princípio, e em momento algum ela nos incentiva a gostar de Roki e Jax.
Além de estarmos sem um elo com a trama, as duas personagens sequer são agradáveis a ponto de pensarmos nelas como antagonistas. É um vazio que apenas os envolvidos na produção entendem.
Se no longa de Scorsese, a personagem de Gladstone era uma indigena nata e não precisava ficar repetindo isso para o espectador, só faltou Jax colocar uma seta na cabeça dela e de sua sobrinha, para falar que era descendente destes, de tanto que ela cita essa informação e demonstrava orgulho disso.
“O Rito da Dança” é uma produção feita apenas para passar por vários festivais de cinema e vender o peixe de Lily Gladstone para premiações do setor.