Crítica | 'Os Provocadores' enfrenta a coragem do espectador para não trocar por algo melhor - Engenharia do Cinema
Em meio a vários projetos independentes feitos pela produtora Artists Equity, fundada em novembro de 2022, por Ben Affleck e Matt Damon, “Os Provocadores” é mais um caso de projeto saturado de arroz com feijão, que opta por acrescentar uma pitada de farinha, que faz a graça ficar seca.
Richie Dechico (Alfred Molina) e Besegai (Michael Stuhlbarg) se vêem em uma maré de dívidas com constantes cobranças de mafiosos. Sem outra escolha, resolvem chamar o ex-presidiário (Casey Affleck) e o falido Rory (Damon) para roubarem o dinheiro de um poderoso prefeito (Ron Perlman) candidato à reeleição. Só que a dupla se vê numa situação caótica, após o plano dar errado.
O roteiro de Chuck MacLean e do próprio Casey Affleck parece ter saído de uma prateleira abandonada de uma biblioteca, e esqueceram de tirar a poeira que estava por cima de tão morta que é essa narrativa. Além da cara de sono do próprio Damon (que devia ter feito este filme após a ressaca da Première de “Oppenheimer”), Affleck tenta até se esforçar para tirar graça de algo. Infelizmente, tudo é vergonhoso.
Sob a direção de Doug Liman (“A Identidade Bourne”), parece que ele estava sem inspiração e se espelhou nas produções dopróprio Steven Soderbergh (como a trilogia “11 Homens e um Segredo”) e “Cães de Aluguel”, para trazer mais uma história de roubo bilionário com um elenco de estrelas. Sejam nos enquadramentos, cenário, diálogos, tudo se assemelha aos citados.
Para piorar a situação, ele inseriu uma cena de perseguição de carros totalmente aleatória, só para falar “lembra de quando eu fiz o Jason Bourne fazer isso?”. É este o nível. Isso sem citar que o elenco conta com nomes de peso como Ron Perlman, Toby Jones e Ving Rhames para fazerem situações que poderiam ser substituídos até por um aspirador robô e um clips de papel.
“Os Provocadores” é uma afronta de Damon e Affleck contra a sabedoria do seu espectador.