Crítica | 'É Assim Que Acaba' é o romance dramático que o cinema carecia - Engenharia do Cinema
Junto de “Todos Menos Você”, “É Assim Que Acaba” vem se tornando um dos maiores filmes românticos de 2024. A adaptação do famoso livro de Colleen Hoover, foi lançada justamente duas semanas depois de “Deadpool & Wolverine” para poder beber um pouco, de forma indireta, do marketing feito por Ryan Reynolds com Blake Lively (que é sua esposa desde 2012). O resultado foi que a produção já passou dos US$ 120 milhões em arrecadação mundial, custando apenas US$ 25 milhões para a Sony.
A trama é centrada na floricultura Lily Bloom (Lively), que após começar a namorar com o cirurgião Ryle (Justin Baldoni, que também dirige o longa), se torna vítima de um relacionamento abusivo. No meio do caos, ela reencontra seu ex-namorado de adolescência, Atlas (Brandon Sklenar), e começa a conflitar os sentimentos que estavam reprimidos.
Imagem: Sony Pictures (Divulgação)
A roteirista Christy Hall (“I Am Not Okay with This”) sabe que Lively tem presença em cena e utiliza esse recurso a favor da conexão do espectador com a personagem. Com sutis intercalações ao seu passado, quando Lily passa a ser interpretada por Isabela Ferrer, em momento algum deixamos de estabelecer essa ligação com ela (principalmente se tratando do público feminino).
Só que o próprio Baldoni como diretor é um nome que funciona no famoso 50/50, pois ele sabe criar uma atmosfera dramática, romântica e tensa, principalmente em dado ponto dos momentos onde Ryle passa a ser agressivo com Lily. Ao resolver inserir flashbacks desnecessários, ele perde este frescor que havia sido inserido.
Outro quesito complicado é no fato de que faltou uma conexão maior com o Atlas nos dias atuais, pois ele aparece homeopaticamente e apenas para citar frases de efeito. Ele não convence o espectador a ponto de que fiquemos com ele, ao contrário de Ryle, que torcemos para que ele suma da vida de Lily.
“É Assim Que Acaba” foi mais uma interessante surpresa romântica, pelos quais ainda representam que este gênero vale ser conferido nas telonas, ao invés das telinhas do Streaming.