Crítica | Apartamento 7A - Engenharia do Cinema
“O Bebê de Rosemary” é um dos maiores clássicos de terror na história do cinema. Dirigido pelo cineasta Roman Polanski e estrelado por Mia Farrow, muito se conversou sobre a possibilidade de um reboot ou até mesmo um remake ser realizado.
Em meio a produção de vários conteúdos originais em cima de suas franquias para preencher o catálogo de streaming, a Paramount resolveu conceber “Apartamento 7A”. A trama se passa no mesmo cenário do longa de 68, mas antes dos acontecimentos presenciados.
Baseado no livro de Ira Levin, a história mostra a atriz Terry Gionoffrio (Julia Garner), que começa a acumular uma série de dívidas após um incidente a afastar dos palcos. Sem outra escolha, ela resolve dividir um apartamento com um casal de idosos (Dianne Wiest e Kevin McNally). Aos poucos as verdadeiras intenções destes começam a ser reveladas.
A diretora Natalie Erika James, que também foi responsável pelo roteiro com Christian White e Skylar James, sabe que o horror trabalhado por Polanski é do quesito psicológico. Por isso, já no prólogo, há sequências pelas quais a tensão se dá pelos enquadramentos em torno de frames “desconfortáveis”.
Para transmitir essas sensações, Garner foi uma escolha certeira de tamanha naturalidade que ela transparece. Com uma atmosfera que recorda um pouco a jovem Mia Farrow, ela possui a malícia necessária que a própria Terry transparece.
Outro nome que funciona perfeitamente na trama é de Dianne Wiest, onde mesmo sabendo o clichê em torno de sua personagem, ela transparece uma naturalidade nele.
“Apartamento 7A” é um interessante prequel, que respeita a importância do original e não precisa se apoiar no próprio para funcionar.