Crítica | Operação Natal - Engenharia do Cinema
Ame ou odeie, Dwayne Johnson é um dos poucos astros que ainda lotam salas de cinema e traz grandes audiências em plataformas de streaming (vide “Alerta Vermelho”, que se tornou o maior filme da história da Netflix). Em seu primeiro projeto em parceria com a Amazon, “Operação Natal” é também seu primórdio em produções natalinas. Dividindo a cena com Chris Evans, J.K. Simmons, Lucy Liu, Bonnie Hunt e Kiernan Shipka, temos mais um biscoito natalino bastante delicioso de se provar.
Após o misterioso sumiço do Papai Noel (Simmons), seu segurança E.L.F. (Extremamente Grande e Formidável, interpretado por Johnson) resolve recorrer a ajuda do habilidoso ladrão Jack O’Malley (Evans), que durante anos permaneceu na lista dos maus comportados e agora terá a missão de salvar o natal.
O roteiro de Chris Morgan (que trabalhou com Johnson na maioria dos filmes de “Velozes e Furiosos”) usufrui do fator genérico mais uma vez ao retratar o perfil de E.L.F., pois há piadas com seus músculos, força e carisma que agrada qualquer coadjuvante ao seu redor. O mesmo pode-se dizer de Evans, que já interpretou personagens como Jack em títulos como “Nota Máxima” e “Os Perdedores”.
Ao mesmo tempo que vemos um Papai Noel maromba (com um J.K. Simmons bem à vontade), que parece ter feito o projeto do Cariani meses antes da entrega dos presentes. Infelizmente o mesmo não se pode dizer de Lucy Liu (“As Panteras”) e Bonnie Hunt (“Doze é Demais”), que estão em papéis relativamente pequenos e só servem para o famoso “olha quem voltou!”.
Enquanto Kiernan Shipka volta a ser uma bruxa, depois de estrelar “O Mundo Sombrio de Sabrina”, e até que consegue convencer como uma vilã. Mesmo com o roteiro não procurando transformar em alguém mais ameaçadora como deveria, uma vez que já sabemos o seu desfecho antes de entrar na sala de exibição.
A direção de Jake Kasdan (dos dois últimos “Jumanji”) transforma as cenas de verdadeiros videogames, pois a sensação é que a cada desafio que a dupla de protagonistas é colocada, veremos uma barrinha de vida e um cenário a ser explorado depois da cutscene. Não é prejudicial, mas já está virando uma zona de conforto para ele.
Um exemplo disso, sem spoilers pesados, é a própria jornada feita pelos protagonistas para encontrarem Noel. Eles passam por vários cenários distintos e possuem vários desafios, cujo desfecho sempre envolve ação e resulta em uma “recompensa” que os levará ao próximo passo.
“Operação Natal” é mais um entretenimento pipoca de Johnson, pelo qual é uma ótima pedida para quem procura algo na temática desta época, sem clichês excessivos.