Crítica | O Macaco - Engenharia do Cinema

Depois de surpreender com o suspense “Longlegs”, o cineasta Osgood Perkins chamou a atenção dos cinéfilos. No auge da divulgação do título estrelado por Nicolas Cage, surgiu a informação que seu novo filme de horror, “O Macaco”, já estava pronto e o teaser apenas mostrava supostas mortes e um brinquedo de macaco batendo em um tambor.
Baseado em um conto de Stephen King, a história acompanha os irmãos gêmeos Hall e Bill (Christian Convery), que descobrem o boneco misterioso no armário de casa. Ao girar a manivela, ele começa a bater nos tambores com uma baqueta, mas quando ele termina, alguma morte brutal acontece. Diante do cenário caótico, eles decidem se desfazer dele. Só que alguns anos depois ele retorna e traz ainda mais caos.
Diferente da produção estrelada por Cage, Perkins sabe que pode partir por diferentes caminhos e explorar diversas situações que podem ser apresentadas. Afinal, estamos falando de uma trama de terror com pitadas de humor negro.
Isso ocorre constantemente nos diálogos Lois (Tatiana Maslany, a “She-Hulk” da Marvel) sobre a morte, durante uma homilia inusitada feita por um Padre (Nicco Del Rio), até mesmo na breve ponta do próprio diretor como um tio distante de Hall e Bill. Isso resulta em uma narrativa ideal para desligar a mente durante cerca de 100 minutos.
Partindo para a vertente das mortes, pois muitas delas lembram, e muito, a franquia “Premonição”. Além de serem originais, as situações que levam a elas são totalmente criativas e bizarras. Um exemplo é na sequência de abertura na loja de penhores, que consegue ser engraçada ao mesmo tempo que nojenta.
O tom do filme já é apresentado nestes cinco minutos iniciais, e já deixa o espectador preparado para a violência explícita das próximas cenas. O que justifica a censura de 18 anos.
Porém, assim como todo filme de terror que está sendo lançado ultimamente, é perceptível que o roteiro deixa algumas perguntas em aberto para serem exploradas em uma potencial continuação (que pode ser confirmada em questão de dias).
Isso não chega a atrapalhar, mas nota-se que este truque fez parte, e muito, das mãos do próprio James Wan, responsável pelas “Invocação do Mal”, “Sobrenatural” e claro, “Jogos Mortais”.
“O Macaco” é a primeira grande surpresa de 2025, e é mais um ótimo sinal que o cinema de horror está cada vez mais digno de ser explorado.
