Crítica | Entre Montanhas - Engenharia do Cinema
Em meio a um planejamento de lançar grandes produções de ação com nomes de peso, a Apple desenvolveu este “Entre Montanhas” com os holofotes em Miles Teller e Anya Taylor-Joy (que inclusive estiveram na CCXP 24 divulgando o filme).
Sob a direção de Scott Derrickson (“Doutor Estranho”), parece estarmos presenciando uma divertida produção dos anos 2000, apenas com o intuito de passar o dia e nada mais.
Levi (Teller) e Drasa (Taylor-Joy), são contratados para trabalharem como vigias em duas torres, em uma floresta distante e isolada. Ao mesmo tempo em que tentam descobrir o que eles estão protegendo, a dupla passa a criar um vínculo.
Esta é mais uma daquelas produções onde temos dois atores atuando sozinhos durante boa parte, e decai a eles e ao próprio diretor conseguir extrair não apenas o máximo de informações, mas interesse em continuar com a narrativa. Felizmente, Miles Teller e Anya Taylor-Joy já comprovaram em várias situações que possuem carisma de sobra e aqui isso fica perceptível.
Acompanhados de uma trilha sonora com músicas de Devlin/Bob Dylan (“(All Along the) Watchtower”), Ramones (“Blitzkrieg Bop”) e Twisted Sister (“O Come All Ye Faithful”), o recurso funciona mais como uma cereja no bolo do que um álibi para esconder os possíveis erros.
Estes, porém, se resumem apenas ao CGI fraco (vide a sequência da caminhonete subindo no morro) e a aparição beirando a canastrice de Sigourney Weaver (como a chefona Bartholomew).
“Entre Montanhas” é um interessante passatempo da Apple TV+, que só confirma que a plataforma continua mirando na qualidade, ao invés da quantidade.
