Ao se deparar com o nome de Mel Gibson envolvido na direção de alguma produção, pode-se esperar que se trata de um trabalho excelente e único. Foi exatamente assim com “A Paixão de Cristo”, “Apocalypto” e “Até o Último Homem”. Só que em “Ameaça no Ar” isso infelizmente não se aplica.

Após conseguir capturar um suspeito de um crime (Topher Grace), a agente Madolyn (Michelle Dockery) resolve escoltá-lo em uma aeronave para prestar depoimento em um julgamento. Só que ambos não imaginavam que o piloto (Mark Wahlberg), foi contratado para deter a vítima. 

Pegue qualquer produção do estilo B, e idealize os cenários mais clichês e previsíveis possíveis. Conseguiu? Então temos “Ameaça no Ar”. Mesmo que Gibson seja conhecido pelo realismo e violência excessiva em suas cenas, com o intuito de deixá-las mais realistas, aqui isso não conseguiu ser aplicado.

Mesmo que a desculpa de orçamento baixo (US$ 26 milhões) não funcione mais nos dias atuais, pode-se perceber que esse filme só saiu do papel por conta do envolvimento de Gibson na produção. 

O roteiro do estreante Jared Rosenberg, se assemelha a um texto de um aluno primário que nunca assistiu absolutamente nada que fosse estrelado pelo próprio Gibson, Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Bruce Willis e Harrison Ford, durante os anos 80 e 90 (já que essa premissa foi apresentada exaustivamente por eles).

Além disso, este filme mostra o verdadeiro valor da amizade entre Mel Gibson e Mark Walhberg, pois para este se sujeitar a interpretar um vilão tão canastrão, deve ter perdido uma aposta ou estava devendo algum favor. Com diálogos rasos e uma atuação que tenta até mesmo tirar a loucura do Coringa, ele nitidamente não queria estar neste filme.

“Ameaça no Ar” é uma das primeiras bombas de 2025, e uma sujeira na filmografia como diretor de Mel Gibson.