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Steven Soderbergh (’11 Homens e um Segredo’) é conhecido por ser um dos poucos diretores que reúne vários astros em suas produções e, quase sempre, sabe trabalhar os personagens em torno deles. Depois de um tempo apagado e de ter entregado o horrendo “Magic Mike: A Última Dança”, ele retorna às telonas com duas produções: “A Presença” e “Código Preto”.

Neste último, ele retoma sua parceria com Michael Fassbender (com quem trabalhou em ‘A Toda Prova’) e o coloca para contracenar com nomes como Cate Blanchett, Pierce Brosnan, Regé-Jean Page e Naomie Harris, em uma trama de espionagem com fortes pitadas de suspense.

Após o agente George Woodhouse (Fassbender) ser informado de que sua esposa, Kathryn (Blanchett), pode ser a principal suspeita de traição em sua agência de espionagem, ele começa a traçar um plano para tentar comprovar essa informação.

Além de sempre trabalhar com nomes de peso, Soderbergh é conhecido por suas tramas complexas e carregadas de diálogos. Aqui, isso não é diferente, pois trata-se do famoso estilo ‘piscou, perdeu’.

Um exemplo é a sequência do jantar logo nos minutos iniciais. Além de apresentar os personagens principais e traçar seus perfis, ela começa a plantar sementes sobre o que realmente pode estar acontecendo. 

Nos moldes de Agatha Christie, o roteiro de David Koepp coloca George como uma mistura de James Bond e Hercule Poirot, pois, ao mesmo tempo que possui seu charme de agente, não deixa de se atentar às pistas.

Em contrapartida, seu Capitão Hastings recai sobre a agente Clarissa Dubose (Marisa Abela), que não só rouba a cena, como também está hilária sempre que o roteiro sutilmente lhe dá uma brecha para fazer alguma piada.

Já Blanchett, mais uma vez, assume o rótulo de Carmen Sandiego, pois, além de ser uma antagonista interessante, só descobrimos suas intenções à medida que o quebra-cabeça vai se formando.

“Código Preto” é um suspiro interessante de Soderbergh e mostra que ele ainda está em forma.