Crítica - Grace de Mônaco - Engenharia do Cinema

publicado em:10/06/20 10:18 AM por: Gabriel Fernandes CríticasStreamingTelecine PlayTexto
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A história da atriz Grace Kelly é vista com carinhos por uns, e com polêmica pelos outros. Conhecida por ter sido a musa de Alfred Hitchcock em diversos filmes do cineasta, durante os anos 50, largou a vida de Hollywood para viver como Princesa da Monarquia Francesa, em Mônaco, já que havia se casado com o então Príncipe Rainier. “Grace de Mônaco” é um filme que justamente explora de forma breve essa transição, porém é o típico “resumo do resumo”, ou seja, o cheiro de interferência dos produtores é notável.

Imagem: Playarte (Divulgação)

Pra começo de conversa, o tema do filme não é apenas a vida de Kelly, mas sim sobre o primeiro grande conflito que teve em seu posto, quando ela recebeu a proposta de Alfred Hitchcock para estrelar seu novo filme para a Universal Pictures, com um cachê de US$ 1 milhão (algo nunca pago para um artista, na época). Eis que ela se pega em uma grande dúvida, de continuar vivendo na monarquia ou continuar trabalhando nos holofotes de Hollywood.

Imagem: Playarte (Divulgação)

O grande demérito deste filme é o azar de ter tido mais de 21 produtores (ISSO MESMO) envolvidos em sua realização. Você percebe que deve ter acontecido alguns conflitos durante a edição, pois algumas coisas simplesmente somem do enredo e sequer acabam sendo mencionadas (como a investigação de quem era a informante midiática no palácio, embora um breve enquadramento nos pressupos o culpado). Já outras somem e aparecem (como o caso de Hitchcock, que é esquecido e depois relembrado). Até hoje este filme tem três versões, sendo elas do próprio diretor Olivier Dahan (exibida apenas na abertura do Festival de Cannes de 2014), do produtor e roteirista Arash Amel e da sua própria produtora “The Weinstein Company” (essa que foi comercializada pelo mundo).

Isso porque honestamente as atuações estão realmente muito boas, tanto que é notável o fato de Nicole Kidman se dedicar em sua interpretação. Já Tim Roth (que interpreta seu marido o Príncipe Rainier) teve seu arco prejudicado por estas edições, pois o que se entende vagamente é “ele está sofrendo um golpe e poderá perder seu cargo, dentro da Monarquia”. Uma situação bem lamentável, ainda mais quando você denota que o diretor tentou fazer uma narrativa que remetia aos clássicos dos anos 60, assim como a própria fotografia amarelada de Eric Gautier.

“Grace de Mônaco” era pra ser uma boa cinebiografia sobre a trajetória de uma das mais controversas personalidades da história do cinema. Mas devido aos conflitos nos bastidores, não conseguiu isso.

Gabriel_Fernandes

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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