Crítica - 365 Dias - Engenharia do Cinema
Lançado pela Netflix como o “novo ’50 Tons de Cinza'”, o longa polonês “365 Dias” consegue se superar em ser um pouquinho melhor que a história do bilionário Christian Grey. Com uma trama englobada a muito sexo (no estilo soft porn, que não mostra penetração mas apenas apenas encochamento), e pouco enredo, temos mais uma bomba do catálogo da plataforma em mãos. E digo isso com total clareza, pois é um festival de horror sendo exibido.
Baseado no livro de Blanka Lipinska, a história mostra o mafioso Massimo (Michele Morrone), onde após seu Pai ser assassinado e ter sofrido uma tentativa de tal ato também, acaba se tornando herdeiro da imensa fortuna daquele. Então ele acaba fazendo uma busca pela misteriosa Laura (Anna Maria Sieklucka), mulher que ele havia avistado minutos antes do tal crime. Ao encontra-lá, ele a sequestra e a mantém em cárcere dentro de sua mansão, alegando que ela ficará por lá durante 365 dias, até que se apaixone por ele.
Pensem em um filme onde o cineasta achou que estava fazendo uma produção para sites pornográficos, e esqueceu completamente que era algo voltado para o gênero romance e não seria para aquele mercado. Esse é o principal problema dos diretores Barbara Bialowas e Tomasz Mandes (sim, são dois responsáveis pelo filme e os próprios ainda cuidaram do roteiro junto da escritora Blanka Lipinska), pois em “365 Dias” parece que eles só se importam em ver o corpo dos atores e pouco importam as suas atuações (tanto que em tais momentos toca sempre uma música alegórica, dando contantes closes no ato e nas expressões dos atores).
Mesmo a dupla central tendo uma química boa, eles trabalham de forma horrível e alguns diálogos chegam a ser vergonhosos (chegando ao nível da trilogia Grey). Isso sem mencionar, que em determinados momentos do filme, é esquecido completamente os tramites mafiosos de Massimo, e algumas coisas são mostradas do nada como se o espectador “já soubesse” o que estava sendo feito.
“365 Dias” é o exemplo de filme que você vai gostar se apenas tiver identificação com os personagens centrais ou ter algum fetiche do gênero mostrado no longa. Fora isso, serão quase 120 minutos de tortura agonizante.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.
Despertou minha curiosidade para assistir, não tenho esse profissionalismo do Gabriel em emitir avaliações em tds momentos…mas, sou fã de cinema….
Parabéns pelos excelentes trabalhos..