Já ouviu falar da importância da produtora Blumhouse? - Engenharia do Cinema

publicado em:3/07/20 2:31 PM por: Gabriel Fernandes ArtigosCinemaColunasNotíciasSéries de TV

Certamente você já deve ter visto algum filme com o logo da empresa Blumhouse. Seja o mais recente O Homem Invisível ou até mesmo os “clássicos” A Morte Te Dá Parabéns e Sobrenatural. Todos eles são exemplos da nova forma de se fazer cinema, que é exatamente a execução do próprio fundador e CEO da Blumhouse, Jason Blum. Mas você sabe que forma é essa?

Com três indicações ao Oscar (“Whiplash“, “Corra!” e “Infiltrado na Klan“) e com mais de 140 filmes/séries já produzidas e cerca de 25 ainda sendo realizados de forma massiva. Atuando no mercado desde 1995, foi apenas em 2009 que tudo passou a mudar nas diretrizes da produtora.

CEO da “Blumhouse” Jason Blum (The Hollywood Reporter/Divulgação)

Vamos focar no ano de 2009, mais precisamente no mês de outubro, quando foi lançado “Atividade Paranormal” nos cinemas. Escrito e dirigido por Oren Peli, o filme teve apenas algumas exibições em festivais de horror dentre 2006 e 2009 até que foi comprado pela Paramount Pictures por US$ 350 mil. Tendo um orçamento de apenas US$ 15 mil, o filme foi lançado em outubro daquele ano nos cinemas do mundo. Até o fechamento das exibições, a receita já havia chegado a cerca de US$ 193 milhões na bilheteria mundial e US$107 milhões APENAS nos EUA (sendo um dos filmes mais rentáveis da história do cinema, até então).

Todas as distribuidoras queriam entender qual era o grande segredo da produtora daquele então “desconhecido” Jason Blum. Em várias entrevistas ele sempre alegou que procura explorar o máximo em pequenos cenários e focar apenas em contratar um ator/diretor de peso para estrelar/comandar o projeto (dependendo do contexto, logicamente).

Atividade Paranormal” foi basicamente filmado em um único ambiente, com apenas cinco atores e um roteiro simples. Mas o diferencial estava na execução do longa por Peli e Blum, que extraíram ao máximo dos efeitos práticos e das cenas que poderiam ser feitas naquela casa (que era do próprio Peli).

Filme “Atividade Paranormal” (Paramount Pictures/Playarte/Divulgação)

O resultado todos nós sabemos. Além de uma franquia, Blum trouxe para sua produtora projetos como “Uma Noite de Crimes” e “Fragmentado“, que não acabaram rendendo muito mais do que o esperado, mas também usavam a mesma técnica citada no último parágrafo: poucos cenários com uma exploração máxima deles, seja com os objetos ou até mesmo na performance dos atores.

Este último quesito, inclusive, trouxe o Oscar para personalidades como J.K Simmons (com “Whiplash“) e até a própria Kate Winslet (em “O Leitor“). Já para outros trouxe a verdadeira ascensão novamente como M. Night Shyamalan (com “A Visita“) e Spike Lee (em “Infiltrado na Klan“, que custou US$ 15 milhões, mas trouxe o primeiro Oscar para Lee), que estavam na ativa há tempos, mas não haviam conseguido conceber o filme que lhes dessem novamente o destaque merecido. E o mais importante: todos estes longas contaram com orçamentos mínimos, na faixa de US$ 8 milhões (enquanto um filme em média custa US$ 40/50 milhões).

Logo da produtora “Blumhouse” (Divulgação da Internet)

Hoje Blum se tornou um dos responsáveis pelo reboot da franquia “Halloween” e pela repaginação do Dark Universe (universo cinematográfico de monstros do cinema, que já é um sucesso devido ao recente lançamento de “O Homem Invisível“), ambos para a Universal Pictures.

Depois deste breve resumo, você ainda duvida que o nome de Jason Blum é um dos mais importantes para o cinema?

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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