Crítica Gamer - God of War 4 - Engenharia do Cinema
Vencedor do “The Game Awards” (o Oscar dos games) na categoria de Melhor Game de 2018, “God of War 4” tem uma história interessante e bem divertida, mas não tão impactante como seu exemplar antecessor. A começar que aqui não temos mais Kratos lutando contra vários Deuses diretamente, mas sim tendo que aprender a ser um Pai solteiro de seu filho, Atreus. Ambos partem em uma missão para jogar as cinzas da mãe deste, de um local onde a mesma havia pedido em vida. Mas diversos desafios lhes aguardam nesta complexa jornada.
Este jogo se resume a uma coisa em determinado ponto: preguiça. Mesmo sendo em um mundo aberto e várias possibilidades poderem ser executadas, o roteiro só sabe realizar sempre a mesma coisa e fazer a dupla central estar envolvida sempre em situações similares. O grande chefão, chamado Baldur, não é interessante, muito menos tão cativante quanto os do terceiro exemplar (onde um conseguia ser melhor que o outro). Mas até chegar ele, temos alguns chefes que são um verdadeiro mais do mesmo e em determinado ponto já sabemos como derrotá-los, automaticamente (com exceção das Valquírias, que são às mais difíceis, porém apenas opcionais).
Mas alto lá, não estamos falando de uma história horrenda, pois há uma personagem que realmente acaba conseguindo roubar a cena e ser a mais interessante de todas que é a bruxa Freya. Responsável por ajudar a dupla em determinados momentos chaves, seu último arco é realmente o mais impactante da trama.
Sobre a questão da violência em excesso, ela está presente como nos volumes antecessores? Não! Este quarto volume da série é o mais leve e sequer há fatalitys no nível habitual da franquia (com muito sangue e cenas impactantes ao extremo). Dentro do contexto, isso soa bastante estranho (principalmente quando se trata de um protagonista que mata com um machado) e provavelmente foi realizado por conta da censura.
“God of War 4” consegue divertir dentro de sua proposta, mas o excesso de repetição em seu enredo acaba sendo prejudicial no resultado final da trama.
Obs: a cena final que abre uma brecha para “God of War 5”, deixou um gosto de emoção maior que em muita parte do game.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.