Crítica - Expresso do Amanhã (1ª Temporada) - Engenharia do Cinema

publicado em:17/07/20 4:53 PM por: Gabriel Fernandes CríticasNetflixSériesTexto
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Após o sucesso do longa “Expresso do Amanhã” (lançado em 2013) com direção de Bong Joon Ho (cineasta por trás de “Parasita“), a TNT resolveu fazer uma espécie de reboot desta história, mas em formato de série. Sem ligação alguma com o que foi mostrado antes, o seriado é inspirado diretamente nas HQs “Le Transperceneige“, escritas por Jacques Lob, Benjamin Legrand e Jean-Marc Rochette.

Imagem: TM &Turner Entertainment Networks/Netflix (Divulgação)

A história é basicamente a mesma do filme, onde em um futuro pós-apocalíptico a terra passou a ter temperaturas extremamente amenas e os poucos sobreviventes vivem em um enorme trem com quase 500 vagões, planejado pelo misterioso bilionário Wilford. Perto da central de comando ficam os mais ricos e nos últimos vagões ficam os mais pobres e entraram por lá ilegalmente. Mas tudo muda quando estes começam a se rebelar para conseguir os mesmos direitos dos ricos.

Imagem: TM &Turner Entertainment Networks/Netflix (Divulgação)

Logo de cara já afirmo que esta série estica e cria arcos completamente distintos dos apresentados pelo longa de Joon Ho (que aqui atua apenas como um dos roteiristas e produtores). A crítica social é apresentada aqui de forma mais rasa, com momentos menos marcantes. As passagens pelos diversos vagões (que representavam os mais diversos pecados capitais) foram trocados por investigações de assassinato e outras coisas banais de quaisquer séries. A estética foi jogada para escanteio e o desenvolvimento embasado mais em cima dos protagonistas vividos por Jennifer Connelly (Melanie Cavill) e Daveed Diggs (Andre Layton).

Ambos possuem os mesmos dramas, mesmo sendo de classes completamente diferentes. A mensagem neste contexto foi bem concebida, assim como as atuações de ambos. Mas quem rouba a cena é a jovem atriz Annalise Basso (que vive a adolescente rebelde LJ Folger), onde seu arco é bem interessante e um tanto que maluco.

Só que como os roteiros dos episódios passaram por diversas mãos (são 16 roteiristas envolvidos nesta temporada), alguns arcos soam como completamente estranhos e pouco interessantes. A maquiagem e o design de produção que os englobam, estão realmente bons, mas os efeitos visuais são horríveis (devido ao orçamento bem limitado).

A primeira temporada de “Expresso do Amanhã” não chegou aos pés do longa de 2013, e apresentou a mesma história de forma bastante rasa e clichê.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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