Crítica - O Ritmo da Vingança - Engenharia do Cinema
Lançado no início do ano, este filme tinha tudo para ser um excelente suspense com toques de ação. Porém, o diretor Reed Morano (da série “O Conto de Aia”) e o roteirista Mark Burnell não viram que, mesmo tendo atores como Blake Lively e Jude Law como protagonistas, não era o suficiente para fazer o longa ser bom e trazer um enorme sucesso financeiro para a Paramount. A conclusão foi que o longa acabou chegando diretamente no serviço de streaming do Telecine e sequer tinha uma previsão de estreia nos cinemas nacionais (mesmo antes da pandemia).
Imagem: Paramount Pictures (Divulgação)
A história é inspirada no livro de Mark Burnell e é centrada na jovem Stephanie Patrick (Lively) que, após ter sua família brutamente assassinada em um atentado aéreo, ela troca sua vida normal por uma depressiva e regada a drogas e prostituição. Porém, um dia ela recebe uma visita de um estranho e resolve começar a treinar para se vingar dos culpados.
Imagem: Paramount Pictures (Divulgação)
Um dos principais deméritos neste filme é que em momento algum conseguimos criar afeto por Stephanie (mesmo com Lively atuando bem e carregada com uma excelente maquiagem), muito menos por suas motivações. Apesar de ser um enredo já conhecido por grande parte do público, a direção não transpõe emoção nem na sequência de seu treinamento intenso (cujo professor é o personagem de Jude Law, que está atuando no automático).
Apesar do arco inicial procurar relatar a personagem de uma forma mais dramática, para termos uma enorme afeição pelas motivações dela, a direção não nos faz ter aquela sensação que nos prenda. Tudo parece que foi mal editado, só para ter os “momentos emocionantes” o mais rápido o possível.
Se “O Ritmo da Vingança” depender do ritmo desta narrativa, com certeza a protagonista só conseguirá fazer isso em meados de 2100.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.