Este é oficialmente o primeiro longa do icônico personagem James Bond. Com a frase “Meu nome é Bond, James Bond” aparecia pela primeira vez a encarnação do carácter criado por Ian Flaming, nos cinemas. Encarnado por um então desconhecido Sean Connery, nascia ali um dos principais símbolos do glamour e do cinema de ação/aventura.

Imagem: MGM (Divulgação)

A história gira em torno de um estranho ataque que ocorreu na Inglaterra, onde um agente acaba desaparecendo de forma misteriosa. Então, a central de inteligência escala James Bond para investigar a questão e, em uma viagem para a Jamaica, ele não só começa a descobrir mais informações sobre o fato, como também a existência do excêntrico Dr. No (Joseph Wiseman) e seu plano maquiavélico para acabar com o programa espacial dos EUA.

Imagem: MGM (Divulgação)

Regado sempre de um bom Martini (acompanhado com uma azeitona) e com a companhia de belas mulheres (vale lembrar que a primeira Bondgirl, a atriz Ursula Andress, levou um Globo de Ouro de melhor revelação por este trabalho), tendo sempre um vocabulário impecável e certeza de suas atitudes, nascia um dos mais marcante personagens da história do cinema: James Bond. Neste filme ainda a cinessérie estava começando a ser construída, pois, além da curta duração de 110 minutos, muitas coisas ainda não foram apresentadas (que irão ser citadas nos próximos textos). Porém, o escopo central teve uma base grande ao que estava acontecendo no mundo, naquela época, que era a corrida espacial (onde os EUA disputavam com algumas grandes potências mundiais para verem quem chegaria primeiro na Lua).

Lançado em 1963, é notável o quão o filme extrapolou o que os recursos tecnológicos da época permitiam para cenas de ação. O diretor Terence Young procurou focar mais nas investigações e nas cenas onde Bond acaba tendo de ter confrontos físicos para, claramente, gastar os recursos no arco final (que envolviam diversas explosões e outras coisas raramente usadas no cinema naquela época).

Ainda sem levar o nome de 007 no título, “O Satânico Dr. No” não foi concebido pensado como o início de uma franquia lucrativa, mas sim apenas uma adaptação de um livro de investigação com toques de ação.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.