De todos os filmes de Bond estrelados por Sean Connery, este chega a ter o roteiro mais fraco. Apesar do texto escrito por Richard Maibaum e John Hopkins se aproveitar dos dotes de mulherengo e das habilidades de Bond para conceber a narrativa, o destaque acabou sendo para às extremamente difíceis sequências aquáticas, filmadas por Terence Young (que, até hoje, muitas produções não conseguem transpor a mesma qualidade).

Imagem: MGM (Divulgação)

Em “007 Contra a Chantagem Atômica“, James Bond tem de viajar até as Bahamas para impedir que a SPECTRE solte ogivas nucleares que causarão a extinção da humanidade. Resumidamente, o longa possui apenas esta premissa e nada mais além disso, ou seja, em seu quarto filme, a famosa franquia já havia achado sua “zona de conforto”.

Imagem: MGM (Divulgação)

Porém, como é notório que Yong não queria apenas se embasar em um roteiro mediano, por tanto ele apelou por filmar diversas cenas de ação em baixo d’água. Mas, ao contrário de muitos filmes que usam da mesma técnica, em todo momento conseguimos ver a ação que ocorre em tais cenas e o quão ele é sucinto em dosar a ação de uma forma eficaz e simples (lembrando que às gravações ocorreram em 1964). Uma prova disso é que o trabalho de John Stears (responsável pelos arcos citados) que venceu o Oscar (inclusive foi o primeiro filme da franquia a conquistar a premiação) na categoria de efeitos visuais em 66.

Apesar de Connery não ter usado dublês em algumas cenas (como na abertura com a mochila a jato, que deixou a artimanha bastante famosa), vemos que ele já estava na zona de conforto do personagem e só seguia “o padrão para ser seguido”. Tanto que aqui não há uma bondgirl forte ou até mesmo audaciosa como as que vimos anteriormente.

“007 Contra a Chantagem Atômica” é o mais fraco longa de 007 encabeçado por Sean Connery, mas um dos melhores em quesitos técnicos.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.