Crítica - Era Uma Vez Em... Hollywood (SEM SPOILERS) - Engenharia do Cinema

publicado em:14/08/19 11:12 AM por: Gabriel Fernandes CríticasEspecial TarantinoTexto

Esse é sem dúvidas um dos filmes mais aguardados de 2019. Possuindo um elenco estrelar com nomes como Leonardo DiCaprio, Brad Pitt, Margot Robbie, Al Pacino, Kurt Russell, Bruce Dern, Dakota Fanning, Emile Hirsch e Timothy Olyphant, “Era Uma Vez Em… Hollywood” já nasceu para entrar para a história do cinema, ainda mais por estar nas mãos de um cineasta experiente como Quentin Tarantino.

Imagem: Divulgação (Sony Pictures)

A trama mostra o ator Rick Dalton (DiCaprio), que vive uma crise existencial na carreira do cinema para a televisão, junto com seu duble Cliff Booth (Pitt), que além de ser seu melhor amigo, lhe auxilia no dia a dia. Mas ele mantém um sonho constante: conviver com seus vizinhos Sharon Tate (Robbie) e Roman Polanski (Rafal Zawierucha).

Imagem: Andrew Cooper (Divulgação Sony Pictures)

Tarantino realiza diversas referências a acontecimentos de seus outros filmes (as mais óbvias são “Kill Bill” e “Pulp Fiction”), e a outras produções famosas de 1969 (como as protagonizadas pela própria Tate). Inclusive, a todo momento parece que estamos assistindo um longa produzido no ano citado, pois além do design de produção ser muito bem realizado, o estilo de filmagem remete e muito aquelas (seja a câmera presa na traseira dos carros filmando os atores de costas, ou através da fotografia).

Isso sem mencionar o extremo suspense criado durante momentos chaves do filme, onde sequer conseguimos respirar. Mas felizmente ele sabe dosar as doses de comédia, suspense e drama, e não acaba desvirtuando os sentimentos do espectador e quebrando totalmente o que acabou de ser desenvolvido. Outro ponto interessante de ressaltar é que o filme é dividido em datas (por se tratar de um arco inspirado em fatos reais), ao invés dos habituais “Capítulos” sempre exercidos pelo cineasta. E aos fãs de sua “violência extrema”, já aviso de antemão que este é o seu filme que possui menos sangue também.

Imagem: Andrew Cooper (Divulgação Sony Pictures)

É habitual desta narrativa vemos atores famosos exercendo alguma importância, seja ela explicativa (Steve McQueen) ou hilária (a envolvendo Bruce Lee é uma das melhores). Mas referências a parte, o crédito principal se da a Brad Pitt. O ator não só exerce o melhor personagem de sua carreira, como também rouba a cena (provavelmente renda seu primeiro Oscar de ator coadjuvante). Com poucos diálogos, a seriedade e mistério de seu personagem são fatores que o fazem ganhar apreço do público logo de imediato.

Também falando pouco, Robbie faz uma digna e linda homenagem a Tate. A atriz transpõe exatamente como ela era, além de sua representação ser exatamente uma persona “verdadeiramente” hippie. A sequência dela indo ao cinema (e é sua melhor no filme), realmente mostra o quão antigamente era “complicado” ser reconhecido pelo público na rua. Já o protagonista vivido por DiCaprio também está excelente, e representa muito bem como é a vida de um ator, perante as dificuldades, sonhos e o “sucesso” do dia a dia.

“Era Uma Vez Em… Hollywood” é uma carta de amor a história do cinema, e uma divertida retratação a uma das épocas mais tristes e controversas do universo de Hollywood. RECOMENDO.

Obs: o longa foi conferido na pré-estreia do Cine Roxy 4, em parceria com a Sony Pictures.

Gabriel_Fernandes

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



A última modificação foi feita em:outubro 3rd, 2020 as 22:12


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