Crítica - Zona de Combate - Engenharia do Cinema
Este é um daqueles casos onde a Netflix literalmente não lê o roteiro por completo antes de aprovar a relação da produção. “Zona de Combate” possui um escopo já conhecido, um início interessante, mas seus últimos 40 minutos acabam não só contradizendo tudo mas também conseguem diminuir o resultado final.
Imagem: Netflix (Divulgação)
A história mostra o militar Harp (Damson Idris) que, após falhar em uma missão, acaba sendo colocado para trabalhar com o androide Leo (Anthony Mackie). Em um trabalho que seria apenas levar uma vacina de um lado para o outro, acaba se tornando mais complexa quando ambos tem de impedir um ataque nuclear.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Apesar do roteiro de Rowan Athale e Rob Yescombe claramente deixarem tudo com um clima previsível e bastante clichê do gênero de ação, a direção de Mikael Håfström realmente não colabora. A começar pela cena de abertura onde constantemente ele interrompe a ação para mostrar takes desnecessários (e isso ocorre bastante no decorrer do filme). Por mais que alguns momentos os efeitos visuais sejam bons (tratando de uma produção pequena, os robôs são bem feitos), isso não é suficiente quando esses descuidos ocorrem.
Em quesito de atuação, confesso que os atores se viram como podem, já que o próprio roteiro não constrói ninguém de uma maneira que façamos se importar com ele (apesar de Mackie ser um excelente ator). Por causa deste quesito as quase duas horas de projeção ficam bastante arrastadas, mesmo possuindo várias cenas de ação.
“Zona de Combate” é mais uma adição B no catálogo da Netflix que, dentro das próximas semanas, já vai cair no esquecimento.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.