Crítica - Depois A Louca Sou Eu - Engenharia do Cinema
Previsto para ser lançado em 2020, “Depois a Louca Sou Eu” foi um dos vários filmes nacionais afetados por conta da pandemia. Lançado quase um ano depois da data original, o longa estrelado por Débora Falabella transpõe em sua trama um enredo que foca no principal problema enfrentado pelos brasileiros: a ansiedade.
Imagem: Paris Filmes (Divulgação)
Inspirado no livro de Tati Bernardi (“Meu Passado Me Condena: O Filme“), a história gira em torno de Dani (Falabella) que desde pequena enfrenta vários problemas por conta de sua enorme ansiedade, crises de pânico, depressão e afins. A situação começa a ficar mais delicada, quando na fase adulta ela não consegue viver com estes problemas e começa a se medicar.
Imagem: Paris Filmes (Divulgação)
O roteiro estabelecido por Gustavo Lipsztein procura focar em primeiro traçar por completo o perfil de Dani, mostrando todas suas angustias, crises e dia a dia. Em menos de cinco minutos da projeção conseguimos se identificar ou até mesmo se lembrar de alguém igual a ela. Mérito também da atuação de Falabella, que consegue se transformar da água para o vinho em diversos momentos (além de tirar vários risos do espectador).
Mas quando nós vamos para os personagens coadjuvantes, vemos que o roteiro e a direção de Julia Rezende (também de “Meu Passado Me Condena“) não conseguem explorar nenhum personagem devidamente (ou até mesmo tirar risos suficientes), só suas versões jovens (vividas por Duda Batista e Beatriz Oblasser). Isso inclui um dos namorados de Dani, Gilberto (Gustavo Vaz) e sua mãe (Yara de Novaes).
“Depois a Louca Sou Eu” chega aos cinemas como uma das primeiras grandes comédias nacionais desde a reabertura, mostrando que os problemas psicológicos são mais “normais” do que imaginamos.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.