Crítica - A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas - Engenharia do Cinema
Originalmente prevista para ser lançada nos cinemas em outubro de 2020, a animação então chamada de “Super Conectados” foi adquirida pela Netflix no começo deste ano. Porém estamos falando de uma produção que sofreu pequenas alterações por conta da nova portadora dos direitos de distribuição, por isso vemos que a dupla de diretores Michael Rianda e Jeff Rowe (que também assinam o roteiro) souberam dosar isso homeopaticamente as mudanças feitas pela plataforma de streaming (ressalvo que isso realmente aconteceu e foi confirmado pela própria Netflix), inclusive no título que agora chega como “A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas“.
Imagem: Sony Pictures/ Netflix (Divulgação)
A história tem início com Katie Mitchell, a filha mais velha da família Mitchell que está prestes a ir estudar em sua tão sonhada faculdade de cinema. Só que após desavenças com seu Pai Rick, a situação começa a ficar bastante inusitada quando este resolve reunir a família para levar Katie para o seu campus universitário de carro. Só que eles não imaginavam que a terra iria vivenciar uma rebelião cibernética do dispositivo eletrônico PAL.
Imagem: Sony Pictures/ Netflix (Divulgação)
Com produção da dupla Christopher Miller e Phil Lord (conhecidos por animações como “Uma Aventura Lego” e “Aranhaverso“), é notório que a narrativa estabelece e muito o estilo deles. Seja através das ilustrações com constantes recursos de gifs, sacadas englobando imagens reais e referências a suas outras produções (vide “Anjos da Lei”). Isso já começa a ser demonstrado nos primeiros dez minutos de exibição e, facilmente conseguimos comprar a narrativa.
Agora o roteiro da dupla Michael Rianda e Jeff Rowe, consegue estabelecer uma crítica plausível com a realidade atual, onde o ser humano troca todas às experiências reais, pelas cibernéticas (inclusive agora, em época de pandemia). A reflexão serve tanto para as crianças, quanto para os adultos. Os protagonistas que servem como alter-ego da situação, facilmente podem ser comparados com diversas famílias do nosso dia a dia (inclusive a nossa própria).
“A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas” é sem viés de dúvidas uma divertida animação, que conseguirá conquistar adultos e crianças facilmente com sua narrativa com críticas a realidade.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.