Crítica - Falcão e o Soldado Invernal - Engenharia do Cinema
Sendo a segunda série da Marvel no Disney+, “Falcão e o Soldado Invernal” ainda continua sendo uma sequência direta dos arcos envolvendo os acontecimentos de “Vingadores Guerra Infinita“, “Vingadores Ultimato” e “Capitão América Guerra Civil” (filmes necessários para serem vistos, antes de conferir este seriado). Tendo como protagonistas a dupla Sam Wilson/Falcão (Anthony Mackie) e Bucky Barnes/Soldado Invernal (Sebastian Stan), o clima remete e muito ao clássico do cinema “Máquina Mortífera” em todos os sentidos, inclusive na dinâmica entre o “policial maluco” e o “policial certinho”.
Imagem: Disney Plus/Marvel (Divulgação)
A história tem início algumas semanas depois do final de Ultimato, com Sam questionando o fato dele ter herdado o escudo do Capitão América. Então ele dá o mesmo para ele ficar exposto no museu do próprio, porém o governo pega o mesmo e o repassa para o militar John Walker (Wyatt Russell) que adere o título de “Novo Capitão América”. Ao mesmo tempo, Sam acaba reencontrando Bucky em uma inusitada missão em comum: investigar marginais nômades, que roubaram o mesmo super soro usado por Steve Rogers, na concepção para conseguir se tornar o “super soldado”.
Imagem: Disney Plus/Marvel (Divulgação)
Dividida em seis episódios com cerca de uma hora cada, facilmente o roteiro estabelecido em grande parte por Malcolm Spellman (que também assina a direção dos episódios) consegue captar a atenção do espectador por um motivo simples: colocar mais personalidades em personagens pouco explorados nos cinemas. Seja a agente Sharon Carter (Emily VanCamp), até o vilão Zemo (Daniel Brühl, que rouba a cena em grande parte do programa), que também acaba abrindo leques para novas produções da Marvel. Só que o destaque recai mesmo sobre Wyatt Russell, em um personagem cujo mistério domina demais durante toda a temporada (afinal não sabemos se ele será um vilão ou herói).
Em quesito de cenas de ação, elas realmente estão muito bem executadas e vemos que Spellman se preocupou em não deixar nada amador, mas sim real dentro do possível (vide a cena de invasão do porto). Porém algumas cenas acabam sendo nítidas o uso de CGI para apresentar um cenário (um erro muito constante no cinema e nos seriados), mas isso não chega ser gritante a ponto de perdemos o foco na ação (mérito da direção).
“Falcão e o Soldado Invernal” não é melhor que “WandaVision“, mas com certeza abrirá novos leques para a parte “política” das produções da Marvel (seja no streaming ou cinema).
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.