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Mistério. Essa é a palavra ideal para definir brevemente a sessação que o cineasta Paul Thomas Anderson (“Boogie Nights“) causa em seu primeiro filme, “Jogada de Risco” (que segundo o próprio foi totalmente inspirado no clássico francês de Jean-Pierre Melvill, “Bob, O Jogador“, de 1956). Também sendo responsável pelo roteiro, aqui ele trás também pela primeira vez os atores Philip Baker Hall, John C. Reilly, Melora Walter e Philip Seymour Hoffman (que faz apenas uma ponta, totalmente improvisada), pelos quais futuramente iriam estar em boa parte de suas produções.

Imagem: New Line Cinema (Divulgação)

A história tem inicio com o misterioso Sydney (Hall) encontrando John (Reilly) sentado e bastante aflito na porta de uma lanchonete. Então o primeiro descobre que o segundo esta preocupado por não conseguir pagar US$ 6 mil dólares para enterrar sua mãe dignamente, então aquele o oferece uma proposta tentadora: lhe ensinar como ganhar dinheiro fácil no mundo das jogatinas. Só que mesmo falando que o montante não será conquistado da noite pro dia, John aceita entrar para este universo e não imagina os grandes desdobramentos que terá em sua vida.

Imagem: New Line Cinema (Divulgação)

A sensação causada por Anderson mescla o desconforto e mistério durante boa parte da projeção, pois além dele causar uma familiarização gostosa de se ver na relação de Sydney e John, nós gostamos deles facilmente (mesmo não sabendo se o que eles estão fazendo é certo ou errado). A situação aumenta a delicadeza ainda mais com a inserção dos personagens de Gwyneth Paltrow (a garçonete Clementine) e Samuel L. Jackson (o agiota Jimmy), que jogam lenha na situação e plantam mais dúvidas no espectador.

Esta é a graça na trama estabelecida por Anderson, pois ele consegue fazer uma trama aparentemente “simples” se tornar bastante complexa e tirar situações interessantes e delicadas apenas com o quarteto citado (que estão excelentes em suas interpretações).

“Jogada de Risco” não chega a ser o melhor filme na carreira de Paul Thomas Anderson, MAS serve como um ótimo pontapé inicial para um dos maiores cineastas na ativa atualmente.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.