Crítica - Paternidade - Engenharia do Cinema
Antes de mais nada, deixarei claro que este título é o primeiro de muitos realizados por intermédio da parceria entre a Netflix e a Columbia Pictures/ Sony Pictures (que contará com vários filmes feitos por esta, sendo lançados com exclusividade no streaming citado). Quando todo comediante se aventura em produções dramáticas, o resultado acaba sendo bastante positivo (afinal, todo comediante guarda dentro de si, certa tristeza). Em “Paternidade” temos a primeira grande produção do gênero que Kevin Hart estrela. Após ele ter conseguido tirar muitas risadas em franquias como “Jumanji” e “Todo Mundo em Pânico“, não nego em dizer que nos primeiros 20 minutos, ele trocou os risos que me tirava, por lágrimas (e estou falando sério).
Imagem: Netflix (Divulgação)
Baseado em fatos reais, com inspiração no livro de Matt Logelin (que aqui é vivido por Hart), a história mostra como ele fez para se adaptar em ser um Pai solteiro, pois sua esposa faleceu poucas horas depois de dar à luz a sua primeira filha. Sem conhecimento algum como criar uma criança, ele tenta conciliar sua vida pessoal e constantes conflitos com a mãe de sua finada esposa (Alfre Woodard).
Imagem: Netflix (Divulgação)
Já é notório que o diretor Paul Weiz (que também assina o roteiro com Dana Stevens) conhece bem como fazer produções deste estilo, pois ele foi responsável por nos trazer clássicos filmes envolto a conflitos familiares e pessoais como o primeiro “American Pie” e “Um Grande Garoto” (que lhe rendeu uma indicação ao Oscar, em roteiro original). Por este quesito, é previsto que em “Paternidade”ele irá captar facilmente os quesitos e situações de famílias que passam por esta situação, pelos quais ele realmente consegue. Em menos de 15 minutos já compramos sua narrativa e lágrimas vem a tona, mesmo com o simples fato de acabarmos de ter conhecido Matt e sua história.
Em quesito de atuações, Hart realmente se supera e nos apresenta a melhor atuação na carreira. Ele consegue obter um olhar e sensação de Pai preocupado e tristeza o tempo todo, devido ao amor que sentia por sua finada esposa. Quando chega a hora de intercalar e trabalhar o alívio cômico com Lil Rel Howery (Jordan) e Anthony Carrigan, o timming é bem trabalhado em partes, apenas (já que o drama dominou bastante). Quanto à intérprete da pequena Maddy (Melody Hurd), ela consegue transpor um papel bom, mas a história a deixa em escanteio totalmente, pois estamos falando de uma história centrada totalmente em Matt.
“Paternidade” é uma linda história de superação e mostra o talento do comediante Kevin Hart, para produções dramáticas. Certamente será um dos longas dramáticos de mais sucesso da Netflix.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.