Crítica - Dupla Explosiva 2 e a Primeira-Dama do Crime - Engenharia do Cinema
Após ser adiado em quase um ano por conta da pandemia do coronavírus, “Dupla Explosiva 2 e a Primeira-Dama do Crime” mostra-se como um complemento da história antecessora. Digo isso, pois nos primeiros 15 minutos vemos o roteiro de Tom O’Connor, Phillip Murphy e Brandon Murphy beber bastante da premissa do primeiro (seja através de arcos, piadas e até mesmo flashbacks constantes). Só que posteriormente tudo isso se torna um filme regado a piadas de humor negro, pastelão e até mesmo satíricas à outras produções.
Imagem: Paris Filmes (Divulgação)
Nela vemos o agora afastado guarda-costas Michael Bryce (Ryan Reynolds), tentando levar uma vida tranquila e sem os traumas que o assassino Darius Kincaid (Samuel L. Jackson) lhe causou no longa anterior. Só que durante uma viagem para “descansar a mente”, ele acaba sendo encontrado pela própria esposa deste, Sonia Kincaid (Salma Hayek) que alega o fato dele ter sido sequestrado e que necessita de sua ajuda. Eis que a dupla acaba se envolvendo em um perigoso esquema de corrupção e contaminação mundial da Europa, envolvendo o perigoso político grego Aristotle Papdopolous (Antonio Banderas).
Imagem: Paris Filmes (Divulgação)
A primeira coisa que aconselho para você conseguir comprar a premissa deste filme é “desligue a mente quando você entrar na sala de exibição”. Sim, estamos falando de um entretenimento pipoca e nada mais além disso. Só que como nem toda produção com este rótulo realmente funciona e tem seus erros, aqui não seria diferente. Como dito no primeiro parágrafo, muito do filme original é reaproveitado nesta narrativa com o pretexto de “Michael está revivendo tudo novamente”, e isso acaba cansando em determinados momentos.
O mesmo pode-se dizer de Hayek, que havia roubado a cena naquele e após a metade do filme ela acaba sendo sub-aproveitada (embora as melhores piadas ainda caiam no colo da atriz). Embora a brincadeira envolvendo ela e Banderas (que já estrelaram vários filmes juntos nos anos 90), seja muito divertida de se ver. E o Morgan Freeman? Só digo que seu arco iria funcionar melhor, se o próprio material de marketing tivesse “escondido” o fato dele estar no longa.
Novamente assumindo a função de diretor, Patrick Hughes demonstra que ainda precisa confiar mais nos atores ao guiar as cenas de ação. Ele apela demais para o recurso da câmera trêmula e nas “cenas aceleradas”, não com o pretexto para passar “estresse”, mas sim disfarçar o fato do uso de dublês e recursos baratos (que facilmente poderiam ter sido executados com um jogo de câmeras simples).
“Dupla Explosiva 2 e a Primeira-Dama do Crime” não é anos luz melhor que o primeiro, mas ainda mostra que a Lionsgate vai realmente investir em uma franquia encabeçada pelo trio protagonista.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.