Crítica - Tempo - Engenharia do Cinema

publicado em:29/07/21 11:05 PM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

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Após o estrondoso sucesso de “A Visita”, o cineasta M. Night Shyamalan voltou a ser alvo de atenção dos cinéfilos em geral. Depois de trazer “Fragmentado” e “Vidro”, ele sai do universo de “Corpo Fechado” e novamente volta a nos apresentar um roteiro de autoria distinta do universo das franquias conhecidas e mira na Grapic Novel de Pierre-Oscar Lévy e Frederick Peeters, “Sandcastle”. Rotulada como “Tempo”, a premissa mostra uma ideia original e para muitos pode “captar o interesse de imediato”

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

Nela vemos a Guy (Gael García Bernal), sua esposa Prisca (Vicky Krieps) e os filhos Trent (Nolan River) e Madoxx (Alexa Swinton) indo passar um período em um luxuoso resort praiano. Mas a convite de um funcionário, eles resolvem se juntar a outros hóspedes em uma praia que fica aos arredores e é conhecida por “promover uma experiência inesquecível”. Ao chegarem no local, eles percebem que a idade de todos os presentes começa a avançar mais que o normal.

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

Se tratando de uma produção escrita por Shyamalan há vários fatores que acabam apelando para a “narrativa fácil” e que “poderiam ter sido resolvidos com uma simples atitude”. Sim, o roteiro comete estas gafes em vários momentos, mas estamos falando de um filme que nos envolve não pelo carisma de seus envolvidos, mas pelo trabalho do próprio cineasta. Ele sabe que várias possibilidades podem ser trabalhadas naquele cenário e cria todas dentro do possível. Seja através dos efeitos sonoros (que muitas vezes deixam apenas o barulho da praia como a única sonoridade), maquiagem (cujo trabalho é sensacional) e até mesmo de design de produção.

Agora partindo para o quesito de desenvolvimento dos personagens, está outro erro no roteiro de Shyamalan. Realmente não conseguimos criar afinidade nenhuma com eles, muito menos sentir emoções quando deveríamos. Porém a mensagem por trás do escopo que os engloba, acaba funcionando se você colocar a cuca para trabalhar durante a projeção (não irei dar spoilers, mas digo apenas que você deverá “refletir” e muito).

“Tempo” é um sinal que o gênero de horror ainda possui bastante gás para ser abrangido no cinema durante muito tempo!

Gabriel_Fernandes

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



A última modificação foi feita em:dezembro 19th, 2021 as 10:31


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