Crítica - A Barraca do Beijo 3 - Engenharia do Cinema
Após um fraco segundo filme, “A Barraca do Beijo 3” consegue consertar vários erros de seu longa antecessor (embora tenha sido filmado de forma simultânea com aquele). Sendo um dos grandes destaques deste ano na Netflix (já que o original figura entre as produções mais assistidas na história da mesma), o diretor Vince Marcello (que também assina o roteiro com Jay S Arnold) viu que para se contar uma história sobre “crises de adolescentes” não é necessário quase duas horas e meia de enrolação (um dos principais fatores que cansaram demais na segunda trama).
Imagem: Netflix (Divulgação)
Inspirado nos livros de Beth Reekles, a história tem início quando Elle (Joey King), seu namorado Noah (Jacob Elordi), melhor amigo Lee (Joel Courtney) e a namorada deste, Ranchel (Meganne Young) passam a vivenciar uma situação bastante complicada que todos nós passamos: o término do colegial e ida para a faculdade. Além deste “problema”, eles descobrem que os pais de Noah e Lee, vão vender sua casa de praia onde passaram boa parte da infância/adolescência.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Em menos de 15 minutos de projeção é notório que os roteiristas não entendem realmente sobre adolescentes. Como este que vos fala passou pela mesma situação há alguns anos, é perspetivável que tudo seja apresentado de forma forçada e bastante artificial. Embora em alguns pontos chaves eles acertem (como na retratação da conclusão), o desenvolvimento continua pecando demais. Não há um enredo exato que consiga captar a atenção do espectador por quase duas horas (facilmente tiraria algumas cenas que estão lá de forma aleatória, como a envolvendo uma corrida de Mario Kart).
Confesso que se estivesse com meus 10/12 anos, iria adorar o filme e não pararia até mesmo para perceber que o quarteto protagonista é bastante canastrão nesta franquia (já que constantemente falo aqui sobre filmes e séries envolvendo Joey King e Jacob Elordi). Neste quesito ele acertou, porém se tratando de um público acima da faixa citada, vai ser até difícil chegar em seu desfecho.
“A Barraca do Beijo 3” consegue ser melhor que o segundo filme, mas ainda sim mostra que a Netflix ainda não conseguiu fazer seu “filme de John Hudges”. Vamos ver quais serão as próximas tentativas.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.