Com produção de Sam Raimi (criador da franquia “Evil Dead“), “Noitários de Arrepiar” tem um ótimo design de produção, figurino e caracterização de Krysten Ritter (“Jessica Jones”), mas esquece do principal: ter um roteiro convincente. Mesmo se tratando de um filme para adolescentes, temos um projeto pensado exclusivamente para crianças com menos de 10 anos (pelas quais dificilmente terão até medo da atmosfera criada).

Imagem: Netflix (Divulgação)

Baseado no livro de J.A. White, a trama mostra o garoto Alex (Winslow Fegley) que possui um grande talento em escrever contos. Eis que ele é repentinamente transportado para uma outra dimensão pela bruxa Natacha (Ritter), que lhe ordena que escreva para ela contos noturnos. Caso contrário ele não poderá voltar para a casa.

Imagem: Netflix (Divulgação)

Com direção de David Yarovesky (“Brightburn: Filho das Trevas“), parece estarmos vendo um verdadeiro “Goosebumps 2.5” ao invés de um exemplar que homenageia o clássico cinema de horror do próprio Raimi (que teria competência para criar algo melhor). Apesar de notoriamente Ritter ter segurado boa parte do filme nas costas (com seu jeito sarcástico e que até pode “assustar” crianças que não conheciam seu trabalho), isso não é satisfatório uma vez que temos como protagonistas duas crianças com carisma extinto (tendo de apelar constantemente para piadas envolvendo o gato de Natacha e um humor pastelão barato).

Com efeitos visuais bastante precários (afinal estamos falando de uma produção bem pequena da Netflix, onde notoriamente o serviço não botava fé em um público além do infantil), fica até mesmo difícil comprar algo deste tipo quando você tem acima de 12 anos (mesmo tentando se colocar na mente de uma pessoa com determinada faixa etária).

“Noitários de Arrepiar” é mais um exemplar de como não fazer um filme infantil com toques de horror.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.