Crítica - Ghostbusters: Mais Além - Engenharia do Cinema
Após quase 30 anos envolvendo diversas confusões entre os atores Bill Murray, Dan Aykroyd e Harold Ramis (que veio a falecer em 2014) e o cineasta Ivan Reitman para a terceira parte de “Caça-Fantasmas” sair do papel, o filho deste, Jason Reitman resolveu assumir o manto de seu Pai e continuar com a história do quarteto responsável por caçar-fantasmas. Como uma espécie de reboot e continuação (esquecendo completamente o longa feminino de 2016, que foi um desastre), “Ghostbusters: Mais Além” consegue emocionar até o mais duro e trazer de volta aquela sessão que tivemos ao conferir o longa original (seja nos cinemas ou nas incansáveis reprises na “Sessão da Tarde”).
Imagem: Sony Pictures (Divulgação)
A história gira em torno da mãe solteira Callie (Carrie Coon), que acaba indo se mudar com seus filhos Trevor (Finn Wolfhard) e Phoebe (Mckenna Grace) para a casa de seu finado Pai. Por lá estes acabam descobrindo que seu avô era um membro dos famosos “Caça-Fantasmas”, e acabam tendo de assumir o manto dos mesmos quando eventos fantasmagóricos começam a ocorrer no local.
Imagem: Sony Pictures (Divulgação)
O roteiro de Gil Kenan e Jason Reitman se procura primeiro em criar uma atmosfera que molde seus personagens primeiro, antes de executar a ação envolvendo os “Caça-Fantasmas”. Cada um dos novos nomes, acabam substituindo os caracteres clássicos de forma indireta, já que a trama principal se assemelha bastante em seu escopo. Mas para não ficar muito na zona de conforto, eles conseguem criar uma imagem do filme e não apenas uma “mera cópia do original”.
Quando digo em fazer uma homenagem, não me refiro apenas ao fator citado, muito menos a utilização da icônica música de Ray Parker Jr., mas sim desde as melodias de Elmer Bernstein até a qualidade dos efeitos visuais remetem demais ao clássico de 1984. Por breves momentos nos sentimos transportados por conta desta homenagem sutil, feita por Reitman (que também aproveita cenas antigas do mesmo).
Mas como nem tudo é perfeito, o roteiro comete alguns erros grotescos ao mostrar toda a cidade se abstendo da ação que ocorre no ato final. Tudo parece que só é visto pelos personagens protagonistas, e o restante da população apenas olha e não dá a mínima (inclusive a cena do personagem de Paul Rudd, no Wall-Mart, que não faz sentido algum ninguém ter visto nada do que era mostrado). O mesmo pode-se dizer da inserção dos clássicos protagonistas vividos por Bill Murray, Dan Aykroyd e Ernie Hudson, que simplesmente aparecem do nada e fogem do contexto que havia sido apresentado e sem explicações.
“Ghostbusters: Mais Além” mostra que a franquia ainda tem gás para mais produções nos próximos anos e consegue ainda tirar o gosto amargo que a produção de 2016, nos havia causado.
Obs: O filme tem duas cenas pós-créditos!
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.