Crítica - O Massacre da Serra Elétrica o Retorno de Leatherface - Engenharia do Cinema
Sendo realizado com a ideia de resgatar a franquia “O Massacre da Serra Elétrica” e ser uma continuação direta do primeiro, lançado em 1974 e com direção de Tobe Hooper, este “O Massacre da Serra Elétrica o Retorno de Leatherface” passou por diversos problemas durante sua concepção. Seja a constante troca de diretores durante as gravações, pandemia, e até mesmo um roteiro que não se mostrava plausível. O fato é que ele foi feito pegando carona no sucesso do “Halloween” lançado em 2019, mas em momento algum se mostrou como um filme no grau deste. E ciente da bomba que tinham nas mãos, venderam para a Netflix (que sequer se deu o trabalho de fazer um marketing plausível em cima do lançamento).
Imagem: Netflix (Divulgação)
A história mostra um grupo de adolescentes ativistas que resolvem abrir um novo negócio em uma pequena e pacata cidade. Só que eles não imaginavam que iriam mexer justamente no imóvel que residia o fatal serial killer Leatherface, que ressurge depois de 50 anos e trás consigo uma onda de sangue e morte.
Imagem: Netflix (Divulgação)
O roteiro concebido por Chris Thomas Devlin é totalmente problemático, a começar que não conseguimos ter afeição por nenhum dos personagens que nos apresenta e ele ainda força uma situação bastante sem nexo com a protagonista Lila (Elsie Fisher), que começa a assemelhar os assassinatos de Leatherface com um massacre que aconteceu em sua escola (e isso é jogado ao espectador de forma porca, com propósito de criarmos afeição pela mesma).
Embora as cenas de mortes sejam repletas de sangue e brutalidade, o destaque vai apenas para a sequência dentro do ônibus (que faz uma ótima piada com a turma do cancelamento). Mesmo com um cenário imenso e várias oportunidades, nada chega a ser aproveitado da forma devida. Tanto que eles resolvem trazer a única sobrevivente do filme de 74, Sally (agora vivida por Olwen Fouéré, já que a atriz Marilyn Burns faleceu em 2014). Não há um propósito plausível como foi com Jamie Lee Curtis em “Halloween”, pois ela só aparece apenas para falar “voltei por voltar” e “alegrar os fãs” (ou deixar eles com raiva).
“O Massacre da Serra Elétrica o Retorno de Leatherface” acaba sendo mais um filme caça-niqueis da franquia, e demonstra que a mesma ainda não conseguiu alcançar seu retorno triunfal aos cinemas.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.