Crítica - De Volta ao Baile - Engenharia do Cinema

publicado em:18/05/22 10:00 AM por: Gabriel Fernandes CríticasFilmesNetflixTexto

Originalmente realizado pela Paramount Pictures, a comédia “De Volta ao Baile” acabou sendo vendida para a Netflix, com o intuito de ser lançada mundialmente pela plataforma. Pegando carona com os sucedidos “De Repente 30” e “Quero Ser Grande“, certamente este tipo de humor escrito por Andrew Knauer, Arthur Pielli e Brandon Scott Jones poderá causar um certo desconforto nos espectadores aderentes ao politicamente correto e humor mais “certinho”, uma vez que a protagonista (quando então encarnada por Rabel Wilson) faz diversas piadas criticando este tipo de pensamento (o que justifica este público estar odiando a produção).

Imagem: Netflix (Divulgação)

A história tem início em 2002, quando a então líder de torcida Stephanie (então vivida por Angourie Rice) acaba sofrendo um acidente durante uma apresentação e entra em coma durante 20 anos. Após acordar em 2022 (agora vivida por Wilson), ela começa não apenas a ter um choque com a grande alteração na sociedade, como também ela acaba voltando para a mesma escola, apenas com o intuito de conseguir finalizar com colegial sendo a Rainha do Baile.    

Imagem: Netflix (Divulgação)

Em menos de 15 minutos de projeção, já conseguimos ver que a atriz Angourie Rice realmente estudou os trejeitos de Rabel Wilson, pois ela realmente conseguiu encarnar uma versão totalmente adolescente desta (semelhante ao que foi visto em “O Projeto Adam“). Mas, a graça não está neste quesito e sim quando esta entra em cena. Começamos a ver que a comediante tira piadas em momentos totalmente certos (como no discurso da personagem Martha (Mary Holland), explanando para ela que não pode falar determinadas palavras por serem “ofensivas” e ela começa a tirar onda da situação).

Só que algumas coisas acabam sendo pouco exploradas, como o fato do número de seguidores no Instagram mover a sociedade atualmente (isso é explorado positivamente, mas faltou uma consequência mais ácida e até mesmo um demérito disto), e até mesmo a ausência de algumas coisas muito usadas no passado e hoje deixadas de lado (como o Pai de Stephanie trabalhar em um primeiro momento na Blockbuster, e posteriormente em uma loja de departamentos; Ou por aquela possuir uma coleção enorme de revistas e ela vendo que isso já está ficando cada vez mais extinto também. Não ocorre este estranhamento da personagem).

De Volta ao Baile” acaba sendo uma divertida produção que mostra o quão nossa sociedade está ficando chata, à medida que os anos avançam e que ainda é possível achar graça em coisas específicas na ficção.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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