Desde que foi divulgado o primeiro teaser trailer da série “Ms. Marvel“, ficou comprovado que a Marvel Studios está realmente se tornando uma bagunça total em vários sentidos. Seja por conta dos roteiros pouco trabalhados, efeitos visuais precários (pelos quais vem gerando várias polêmicas nos bastidores) e até mesmo péssima vontade de alguns atores em atuarem em determinados papéis. Aqui isso não acaba sendo diferente, pois a inclusão de Kamala Khan/Ms. Marvel (Iman Vellani) não conseguiu fazer jus a história da mesma nas HQs

Imagem: Marvel Studios (Divulgação)

Dividida em oito episódios com cerca de 45 minutos, a história mostra como Kamala adquiriu seus poderes, por intermédio do contato com um antigo bracelete pertencente a sua vó. O fato acaba chamando a atenção de um grupo de agentes secretos, que saem em busca da mesma.

Imagem: Marvel Studios (Divulgação)

Durante todos os episódios, a única dúvida que ficava no ar era “onde eles querem chegar com essa história?”. Apesar de Vellani ser uma ótima atriz (inclusive, é nítido que o estúdio quer que ela vire o “novo” Tom Holland), o roteiro não colabora para seu desenvolvimento. Para se ter uma noção, são perdidas longas metragens com questões supérfluas (como ela discutindo besteira com o seu melhor amigo Bruno, vivido por Matt Lintz).

Não diria nem que houve algum momento que a série começou a decolar, pois não existe um momento de tensão, um super vilão e até mesmo uma situação que diferencie Khan de ser uma herói, a não ser dela salvar meia duzia de pessoas, em um quarteirão (bem no mesmo modo de “Liga da Justiça” do Joss Whedon). E isso acaba soando bizarro, pois nitidamente os efeitos visuais não estavam finalizados em alguns momentos (e até mesmo se assemelham com gráficos do Playstation 1).

Embora os diretores Adil El Arbi e Bilall Fallah terem criado uma atmosfera cartunesca durante os dois primeiros episódios, parece que o recurso é deixado em escanteio quando Meera Menon e Sharmeen Obaid-Chinoy assumem os quatro últimos (certamente não houve uma conversa plausível, sobre como eles chegariam naquele resultado final).

“Ah mas a série explora a cultura indiana, mostrando a religião, casamento e músicas!” Se fosse ver essa série buscando isso, iria apertar pra ver um vídeo no Youtube sobre cultura indiana e não essa produção que consegue ser uma das mais vergonhosas do selo da Marvel.

A primeira temporada de “Ms. Marvel” só confirma ainda mais que o estúdio precisa dar um tempo em suas produções como um todo, e analisar quais rumos suas estas deverão ter de forma única, antes de criarem outro arco gigantesco.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.