Crítica - Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo - Engenharia do Cinema
Desde que foi lançado em março deste ano, no Southwest Film Festival, “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” começou a sacudir a internet. Com a temática de “Multiversos” em alta, por conta dos últimos filmes da Marvel Studios, a trama de criada pelos cineastas Dan Kwan e Daniel Scheinert acabou chamando a atenção por conta das maluquices mostradas nas diversas possibilidades que a protagonista vivida por Michelle Yeoh, passava. Só que mesmo com diversos elogios, a trama parece beber um “mais do mesmo” se tratando de produções chinesas com toques de Hollywood.
Imagem: A24/Diamond Films (Divulgação)
A história gira em torno de Evelyn Wang (Yeoh), que vive uma vida rotineira, onde além de cuidar de uma lavanderia, enfrenta uma enorme crise no casamento, os cuidados com seu Pai, filha e uma baita dívida com a Receita Federal. Mas, isso tudo acaba ficando totalmente de cabeça para baixo quando uma versão alternativa de seu marido Waymond (Ke Huy Quan) aparece e diz que ela é a única solução de todos os multiversos.
Imagem: A24/Diamond Films (Divulgação)
A dupla de diretores sabem que eles possuem diversas possibilidades para explorarem neste projeto, seja nas técnicas de filmagem, fotografia, designs de produção e até mesmo no roteiro. Embora este último seja um dos quesitos mais problemáticos aqui (já que não conseguimos criar uma afeição com nenhum dos protagonistas), eles conseguem brincar com o público no formato de tela (onde usamos para diferenciar de qual Evelyn a trama está trabalhando) e nas divertidas cenas de luta (pelas quais, uma em especial chega a misturar risos e constrangimento, por conta da “solução” dos antagonistas para terem seus poderes ativados).
Quanto ao quesito de atuação, mesmo Yeoh sendo uma ótima atriz (inclusive isso á foi comprovado), quem acaba roubando um pouco a cena (mas ainda acho, que a trama poderia ter tirado mais) é da veterana Jamie Lee Curtis (que vive a fiscal da receita federal Deirdre Beaubeirdre), que está irreconhecível por conta da maquiagem carregada (inclusive não duvido que no Oscar, o longa seja lembrado em tal categoria).
Agora, o longa mereceu essa aclamação toda? Realmente, ele conquistou isso mais por ter tido uma campanha de marketing boa, afinal produções envolvendo a China e multiversos estão em alta na cultura pop. Isso fez com que os sentimentos dos espectadores que gostaram dos últimos filmes do Homem-Aranha e Doutor Estranho, estarem empolgados em verem filmes com o mesmo assunto. Mas assim como estes, novamente o problema cai em cima do roteiro.
“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” pode ser divertido para uns, entendiante para outros, mas acaba sendo mais uma maluquice aos moldes do cinema chinês
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.
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