Crítica - Bom Dia, Verônica (2ª Temporada) - Engenharia do Cinema

publicado em:6/08/22 9:13 PM por: Gabriel Fernandes CríticasNetflixSériesTexto

Sendo uma das mais sucedidas produções nacionais da Netflix, “Bom Dia, Verônica” foi uma das grandes sensações de 2020 e mesmo sendo inspirado em um único livro, foi concebida como uma minissérie e inesperadamente ganhou uma segunda temporada, se tornando assim uma série (inclusive, a terceira temporada provavelmente já está à caminho também).

Imagem: Netflix (Divulgação)

Essa segunda temporada se passa um tempo depois da primeira, com Verônica (Tainá Müller) vivendo uma vida escondida e tentando investigar uma nova grande ameaça, que demonstra ter uma ligação forte com o policial Cláudio (Eduardo Moscovis), pelo qual ela conseguiu deter no ano antecessor. Agora seus caminhos acabam sendo cruzados com Mathias (Reynaldo Gianecchini), que é líder de uma seita religiosa e que secretamente abusa de diversas mulheres com a condição de que irá curá-las.    

Imagem: Netflix (Divulgação)

Agora com seis episódios, com em torno de 45 minutos cada, a única sensação que temos é o fato de tudo ter sido feito às pressas, devido a forma de como algumas cenas são jogadas e apresentadas. Existem diversos momentos fortes e pesados nesta trama, pelas quais necessitavam de uma atmosfera ser criada, antes de ser jogada pelo espectador. Tudo é meramente jogado e não conseguimos criar uma antipatia como no primeiro ano.   

Embora a história seja muito boa e remete bastante ao caso de João de Deus, com uma excelente interpretação de Gianecchini (cuja presença chega realmente a ser intimidadora), seus contratempos não são bons. Enquanto Klara Castanho extrapola com suas caras e bocas para representar uma atuação dramática (mostrando que realmente ela não é boa atriz para este tipo de projeto), e para este tipo de papel necessitava de uma atriz com mais peso e semblante dramático.    

Indo um pouco mais a fundo, a direção é totalmente amadora com relação as cenas de ação, vide às cenas de luta envolvendo Müller. Há não só um número infinito de cortes, como também a câmera balança ao máximo e tudo tenta esconder o fato que a mesma está coreografando posições com outros atores (chega a ser vergonhoso ver isso, pois acaba soando tudo como amador ao máximo).

A segunda temporada de “Bom Dia, Verônica” mostra que às vezes para se conseguir fazer uma ótima temporada, precisa de cuidados e tempo para criar atmosferas. Coisa que realmente não aconteceu aqui.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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