Crítica - A Escola do Bem e do Mal - Engenharia do Cinema
Realmente após ter terminado de conferir este “A Escola do Bem e do Mal“, a única sensação que tive foi da própria Netflix continuar totalmente perdida em relação a suas obras. Inspirado no primeiro livro da saga escrita por Soman Chainani (que ainda possui mais cinco outros títulos), este universo é uma mistura de “Harry Potter” com “Descendentes”, “Percy Jackson” e “Rebelde”, uma vez que o foco é apenas o público infanto juvenil. Só que mesmo sendo voltado para um público que não é tão exigente, não significa que tudo deve ser executado de maneira forçada.
Imagem: Netflix (Divulgação)
A história tem inicio com as duas amigas de longa data Sophie (Sophia Anne Caruso) e Agatha (Sofia Wylie), que acabam indo parar em uma escola, cujo intuito é lidar com as magias do bem e do mal. Comandadas respectivamente por Dovey (Kerry Washington) e Lady Lesso (Charlize Theron), ambas terão de lidar com seus sentimentos, uma vez que o ensino irá mexer com suas emoções mais profundas.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Começo enfatizando que o cineasta Paul Feig (“Missão Madrinha de Casamento“) é um nome muito profissional quando se trata em conduzir comédias (onde a grande maioria delas são realmente muito boas), mas quando se trata de algo no estilo deste filme que vos fala, ele não é o melhor nome recomendado para a função. Ele sabe realmente conduzir cenas deste estilo e quando englobam romance, mas quando chega na hora de lidar com ação e CGI, é nítido o amadorismo.
A todo momento parece que ele bebeu bastante das produções citadas no primeiro parágrafo (inclusive, algumas cenas de aulas se assemelham demais aos filmes de Harry Potter), e quando chegava na hora de apresentar as batalhas e arcos de ação, parece estarmos vendo um episódio pobre de “Power Rangers” (uma vez que tudo se resume a coreografias regadas em slow-motion, englobadas a músicas badaladas).
Isso porque não entrei no mérito de que não havia a necessidade de uma metragem de 150 minutos, uma vez que a sensação que fica é da encheção de linguiça (tanto que há algumas cenas com as aulas, que não havia necessidade de serem mostradas). Poderia facilmente ter se resumido em 125 minutos, e ficaria até menos cansativo (principalmente para um produto voltado ao público dos 10/12 anos, pelos quais sempre dividem a atenção com outras coisas, na hora de ver um filme).
Quando tudo não parecia piorar, entramos no quesito de atuações. Realmente é nítido ver que as próprias Washington e Theron estão neste filme por conta de acordos contratuais com a Netflix, pois elas não só estão totalmente canastronas e desconfortáveis nos papéis (a segunda, inclusive, resume sua atuação com caretas e berros). E o mesmo pode se dizer de Michelle Yeoh e Laurence Fishburne, que só devem ter topado entrar neste filme por conta de cachê ou pela amizade com o diretor.
“A Escola do Bem e do Mal” termina sendo mais um fiasco da Netflix, em tentar emplacar uma franquia para chamar de sua. Se ganhar um novo filme, será por conta da audiência em torno das protagonistas e não pela sua pífia qualidade.
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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.