Crítica - O Rei da TV (1ª Temporada) - Engenharia do Cinema

publicado em:20/10/22 7:46 PM por: Gabriel Fernandes CríticasStar+StreamingTexto

É inegável que qualquer brasileiro conhece a história de Silvio Santos, e sua importância para o entretenimento e universo empresarial brasileiro. Anunciado há alguns anos, a série do Star+, “O Rei da TV” tem como intuito mostrar a trajetória daquele, por intermédio de passagens de sua carreira em determinado período e seu passado. Com oito episódios, esta primeira temporada não só consegue trazer de volta a gloriosa época da nossa televisão, como também nos apresenta umas das séries nacionais mais divertidas dos últimos tempos.    

Imagem: Star Original Productions (Divulgação)

A mesma tem início nos anos 80, quando Silvio (José Rubens Chachá) descobre possuir um grave problema vocal e que poderá custar sua aposentadoria da televisão. É quando o apresentador Gugu Liberato (Paulo Nigro), que na época liderava aos sábados no SBT, é cogitado para ser o substituto do primeiro aos domingos. Enquanto as dúvidas permeiam, acompanhamos a vida do famoso Senor Abravanel, desde sua infância como comerciante, sua passagem pela Rede Globo e como conseguiu a concessão do SBT.   

Imagem: Star Original Productions (Divulgação)

Com direção de Marcus Baldini (do longa “Bruna Surfistinha“), a sensação é estarmos vendo uma atração criada em meio dos anos 80/90, uma vez que a estética, figurino, design de produção e até mesmo uma hilária pegada de personagens caricatos conseguem ser desenvolvidos. Usando uma tonalidade um tanto que satírica (remetendo, às vezes, as famosas simulações do “Programa do Ratinho“), alguns momentos acabam provocando risos do espectador como a caracterização de Gugu Liberato (cuja atuação de Nigro, rouba a cena), os trajetos de Chachá que remetem ao Silvio (mas não chega a ser clichê e rasteiro, como algumas imitações) e até mesmo a artimanha para o comércio (vide o arco envolvendo a criação do “Baú da Felicidade“).

Agora, quando vemos o dono do Baú em sua juventude, a interpretação de Mariano Mattos acaba sendo mais séria e a única coisa que remete ao mesmo é o icônico sorriso (algo que soa mais como caricato, pois fisicamente ele não se assemelha ao mesmo). Realmente ele é o segundo grande nome na produção. Porém, é perdida um pouco da tonalidade dramática, quando o roteiro e direção não só extrapolam ao tentar tirar atuações dramáticas de nomes como Roberta Gualda (intérprete de Cidinha, primeira mulher de Silvio). Frases de efeito e enquadramentos em seu rosto, não são sinônimos de qualidade.    

O mesmo pode ser dito quando o texto ainda tenta (mesmo que de forma homeopática), levantar pautas atuais para serem discutidas em um contexto onde o debate não era feito (principalmente em meados dos anos 70). Felizmente isso não prejudica a experiência da série, mas soa de forma aleatória como ele é aplicado (se assemelhando até mesmo com um pedágio, pois as próprias cenas não contribuem para isso acontecer).

O Rei da TV” se resume a uma divertida série, que consegue captar com exito a trajetória de um dos mais importantes nomes do nosso país. Que venha a segunda temporada.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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