Crítica - Till Em Busca de Justiça - Engenharia do Cinema
Quando foram anunciados os indicados ao Oscar 2023, muitos se questionaram sobre a ausência de “Till Em Busca de Justiça“, em várias categorias (inclusive para Danielle Deadwyler, em melhor atriz). Em meio a um cenário bastante delicado que o racismo vem enfrentando nos EUA (que já foi bastante superado, em relação ao que era antes), não hesito em dizer para fazer estes tipos de longa você tem de ter um exímio cuidado, uma vez que você está vendendo um assunto delicado ao grande público.
Imagem: Universal Pictures (Divulgação)
Após Emmet Till (Jalyn Hall) ser assassinado brutalmente em 1955, no Mississipi, sua mãe Mammie (Deadwyler) começa uma incansável busca por justiça para prender os culpados e divulgar ao mundo o nível fatídico que racismo que estava obtendo nos EUA.
Imagem: Universal Pictures (Divulgação)
Estamos falando de uma das histórias mais polêmicas e perturbadoras, se tratando do tópico de como o racismo era tão abrupto. Porém, a diretora Chinonye Chukwu (que também cuida do roteiro com Michael Reilly e Keith Beauchamp) parece ser totalmente amadora ao tentar transformar o arco de Mammie, em uma verdadeira novela, regada a músicas cafonas e frases de efeito totalmente clichês.
Vamos pegar como exemplo o arco quando aquela pessoa vai olhar o corpo do filho no necrotério (que está totalmente desfigurado), que por si só já é uma cena pesada e triste. Não havia necessidade de colocar alguns diálogos quando ela recebe próprio na estação, muito menos a trilha sonora horrível de Abel Korzeniowski (que parece ter se inspirado nos famosos tecladinhos de churrascaria e orquestras de eventos da alta sociedade). Este erro acaba sendo gravíssimo, pois acaba cessando demais aquela emoção que a própria cena deveria transpor.
Quanto a atuação de Deadwyler, realmente ela entrou de cabeça no papel e seu olhar já consegue vender quaisquer um de seus sentimentos (inclusive o destaque vai para a cena do depoimento no tribunal, que é a melhor do longa). Seguindo por participações breves, mas ótimas de Whoopi Goldberg (que também é uma das produtoras do filme, e interpreta a mãe de Mammie), Haley Bennett (Carolyn Bryant) e John Douglas Thompson (Moses Wright).
“Till Em Busca de Justiça” termina sendo um filme que poderia ser melhor executado, para transpor um tema bastante delicado. Mas que possivelmente irá cair no esquecimento nos próximos anos.
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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.