Crítica - Asterix & Obelix: O Reino do Meio - Engenharia do Cinema
Sendo uma das mais divertidas e consagradas franquias literárias da França, “Asterix & Obelix” sempre fizeram sucesso não apenas por lá, como ao redor do globo. Nos cinemas, o feito se repetiu na maioria das produções, porém em 2017, o ator e cineasta Guillaume Canet alegou que estava trabalhando em um reboot cinematográfico da dupla, e faria um enredo inédito (sem ter sido inspirado em absolutamente nada, nem em um material base). O mesmo foi pausado por conta da pandemia e foi retomado em 2021, “Asterix & Obelix: O Reino do Meio” foi só lançado agora nos cinemas do país e pela Netflix em vários territórios (inclusive no Brasil).
Imagem: Netflix (Divulgação)
Após conseguir escapar de um cenário onde a China está totalmente sendo dominada por César (Vincent Cassel), uma Imperadora (Linh-Dan Pham) acaba indo parar na aldeia dos Gauleses Asterix (Canet) e Obelix (Gilles Lellouche). Por lá, a dupla promete que irá tentar ajudá-los a bater de frente com o regime tirânico do primeiro, que ainda enfrenta uma crise conjugal com Cleópatra (Marion Cotillard).
Imagem: Netflix (Divulgação)
Certamente muitas pessoas que não conhecem o estilo dos personagens, vão achar que o modo escrachado que Canet obtém em sua direção e roteiro (que foi escrito em conjunto com Julien Hervé e Philippe Mechelen) é amador e mal feito. Porém, é este mesmo estilo que os personagens criados por Albert Uderzo e René Goscinny, no final dos anos 50, cujo intuito também era retratar, de forma satírica, alguns dos principais contextos históricos.
E aproveitando esta deixa, o longa faz questão de brincar com as constantes e forçadas “novas roupagens” que o cinema tem feito, ao mudar personagens conhecidos para agradar um público minúsculo. Um mero exemplo é um arco onde uma romana entra na sala de César, com o intuito de falar que ele deveria se adaptar aos “novos tempos” e dar vozes às mulheres. Em resposta, ela é surpreendida pelo alto deboche de todos (uma vez que no contexto deste cenário, não iria fazer o menor sentido). É neste escopo que a produção tira suas melhores piadas.
Mas como nem tudo é as mil maravilhas, um dos grandes descuidos da produção é não ter explorado ainda mais o arco de Cleópatra com César, uma vez que a caracterização de Cassel e Cotillard (que também é esposa de Canet, fora das telas) casou perfeitamente nestes personagens. Queríamos ver mais deles, mas infelizmente, ficou para uma possível próxima oportunidade.
Com relação ao restante do elenco, Guillaume Canet e Gilles Lellouche (que é a cara do intérprete anterior de Obelix, Gérard Depardieu) convencem como os protagonistas (e a atmosfera cartunesca sobre eles, os deixa ainda mais divertidos), e as chinesas Julie Chen e Linh-Dan Pham literalmente ainda conseguem roubar a cena em breves momentos (uma vez que elas nitidamente entraram na brincadeira).
“Asterix & Obelix: O Reino do Meio” termina sendo um divertido reboot, que por mais inferior aos dois primeiros longas em live-action dos personagens, ainda entretém dentro de sua premissa.
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