Crítica - Campeões - Engenharia do Cinema
Depois que os irmãos Peter e Bobby Farrelly (“Debi e Lóide“) começaram a fazer projetos sozinhos, a dupla conseguiu aumentar ainda mais o selo de qualidade que haviam conquistado nos anos 90. Enquanto o primeiro conseguiu um Oscar de Melhor Filme por “Green Book“, o segundo lançou este ótimo “Campeões”, que mira em uma minoria que os próprios já haviam retratados em produções como “Ligado em Você”: os autistas.
Imagem: Universal Pictures (Divulgação)
Inspirado no longa espanhol “Campeones” de Javier Fesser, a trama mostra Marcus (Woody Harrelson), um técnico assistente de um time na NBA, que acaba sendo punido após empurrar o técnico do seu time (Ernie Hudson) depois de uma discussão. Como punição, ele é colocado para comandar em um time de basquete com jovens autistas.
Imagem: Universal Pictures (Divulgação)
Desde o primeiro segundo, fica perceptível que Harrelson combina com o tipo de filme e protagonista que ele está presente. Não apenas o semblante cômico do próprio, como também há uma breve carga dramática que ele naturalmente consegue exercer (além do típico deboche, em situações diversas). Mas o foco do roteiro de Mark Rizzo (da animação “Gravity Falls: Um Verão de Mistérios“), é na vida dos jogadores do time de basquete como um todo.
Mesmo neste tópico soando como clichê para este tipo de filme com temática esportiva, a graça está no desenvolvimento original da trama. Há um breve diálogo entre Marcus e o supervisor do local onde estes treinam, Julio (Cheech Marin), sobre como eles conseguem ter uma vida normal, mesmo com suas diversas deficiências (que vão de autismo leve, pesado e síndrome de down). Só este breve arco, já vale o filme como um todo.
Em sua conclusão, “Campeões” acaba sendo um ótimo exemplo de filme sobre minorias, contendo uma ótima qualidade. Embora sua trama e escopo sejam bastante clichês.